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Dólar tem maior queda em um mês após decisão do BC

24/09/2014 17h57

O dólar não só quebrou uma sequência de cinco altas como registrou a maior queda diária em cerca de um mês frente ao real, numa sessão marcada pela volatilidade. O mercado até resistiu acima dos R$ 2,40 no começo do dia, chegando a flertar com R$ 2,42, nas máximas em sete meses. Mas um movimento de ingressos de recursos na parte da tarde, sobretudo na conta financeira, empurrou o dólar para baixo, um dia depois de o Banco Central mostrar desconforto com o patamar da moeda americana.

No fechamento, o dólar caiu 0,98%, a R$ 2,3846. É a maior queda percentual diária desde 26 de agosto, quando a cotação terminou em baixa de 1,18%.

A sessão, contudo, foi volátil. Entre a máxima e a mínima, o dólar oscilou nada menos que 1,44%. Pela manhã, a divisa alcançou R$ 2,4176 (+0,39%), maior patamar desde 13 de fevereiro (R$ 2,4360). Perto do encerramento, caiu a R$ 2,3830 (-1,04%%).

No mercado futuro, onde os negócios vão até as 18h, o dólar para outubro cedia 1,24%, a R$ 2,3870.

Na contramão dos últimos dias, o real foi hoje a moeda de melhor desempenho frente ao dólar. O dólar australiano subia "apenas" 0,42%, enquanto a lira turca e o rand sul-africano apreciavam-se 0,11% e 0,30%, respectivamente.

O Banco Central rolou todos os 15 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão nes ta quarta-feira, adiando o vencimento do equivalente a US$ 740,4 milhões em papéis que expirariam no início de outubro. Ontem, o BC decidiu ampliar de 6 mil para 15 mil o montante disponibilizado em leilões do tipo, depois de o dólar ter fechado acima de R$ 2,40 pela primeira vez desde fevereiro.

A forte queda do dólar hoje, contudo, não dirimiu dúvidas sobre a eficácia da atual estratégia do BC de conter movimentos excessivos no câmbio. Um ponto em comum entre operadores é a leitura de que o mercado tende a continuar "testando" a autoridade monetária. Mas, se antes a dúvida era em que ponto a instituição elevaria as rolagens de swaps, agora o foco recai sobre em que patamar o BC seria levado a fazer ofertas líquidas extraordinárias desses contratos, além dos 4 mil papéis já programados diariamente na "ração" diária.