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Dólar segue movimento no exterior e volta a se aproximar de R$ 2,50

03/11/2014 17h41

O dado melhor que o esperado da atividade industrial nos Estados Unidos e o indicador mais fraco que o previsto do setor de serviços na China sustentaram hoje a valorização do dólar frente às principais divisas, especialment e aquelas de países exportadores de commodities. O mercado local, acompanhou esse movimento, com a valorização da moeda americana sendo mais acentuada diante de preocupações dos investidores com a capacidade do governo em promover o ajuste da política fiscal, após o resultado fraco do governo central na última sexta-feira.

O dólar comercial subiu 0,87%, fechando a R$ 2,4988. Já o contrato futuro para dezembro avançava 1% para R$ 2,52.

Nos Estados Unidos, o índice que mede o desempenho da atividade industrial calculado pelo Instituto para gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês) subiu para 59 pontos em outubro, ante 56,6 pontos de setembro, acima da expectativa dos analistas que era de 56 pontos.

Na China, o PMI do setor industrial medido pelo HSBC teve leve alta para 50,4 em outubro, ante 50,2 em setembro. No entanto, o PMI do setor de serviços cedeu para 53,8 no mês passado, contra 54 em setembro.

Os números contribuíram para o fortalecimento do dólar, em um cenário de recuperação da economia dos Estados Unidos e de desaceleração econômica na China, o que é desfavorável principalmente para as moedas de países exportadores de commodities, como o real.

A moeda americana subia 1,24% em relação ao dólar australiano, 0,35% diante do rand sul-africano e 0,92% em relação ao peso chileno.

Hoje o presidente do Federal Reserve de Dallas, Richard Fisher, que tem direito a voto no Comitê F ederal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) este ano, disse que o comunicado do Fomc divulgado na semana passada abre espaço para a antecipação da alta da taxa de juros nos Estados Unidos se necessário, destacando a melhora da visão do banco central americano sobre o mercado de trabalho nos EUA.

No mercado local, os investidores aguardam o anúncio do novo ministro da Fazenda e de medidas que sinalizem uma mudança da atual política econômica, que tem sido criticada pelo maior intervencionismo na economia e pela c ondução na parte fiscal.

Entre os nomes cotados para o cargo estão o do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o ex-secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, e do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. Há grande incerteza sobre a capacidade do governo em promover um ajuste da política fiscal que possa retomar a trajetória de queda da dívida pública e evitar um rebaixamento do rating do Brasil. "A volatilidade deve continuar firme no câmbio ainda por algum tem po. Se existe uma certeza é que o governo terá um longo trabalho para reconquistar a confiança dos empresários e do mercado, e nesse processo vamos ter solavancos", diz o operador de câmbio da Intercam Corretora Glauber Romano.

O BC seguiu com as atuações no câmbio e vendeu hoje todos os 4 mil contratos de swap cambial no leilão do programa de intervenção, cuja operação somou US$ 197,5 milhões.

Os investidores aguardam o anúncio do início da rolagem do lote de US$ 9,831 bilhões que vence no i nício de dezembro. No mês passado, a autoridade monetária rolou integralmente o lote de US$ 8,84 bilhões em swaps que venceu em 3 de novembro.