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Bovespa acompanha melhora externa e fecha em alta

12/02/2015 17h50

A sensível melhora do cenário externo, especialmente para os mercados emergentes, colaborou para a forte recuperação da Bovespa nesta quinta-feira. Por aqui, ações do setor de educação lideraram os ganhos, na expectativa de anúncio do governo sobre as mudanças nas regras do Fies. Petrobras, Vale e bancos também marcaram altas expressivas. Siderúrgicas e Natura registraram presença entre as poucas baixas do dia.

"Houve um clima de alívio geopolítico hoje, o que ajudou os emergentes", comentou o diretor da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer. Ele lembrou que a Rússia concordou em assinar um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia e os separatistas do leste ucraniano, com acompanhamento dos líderes da França e da Alemanha. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que o acordo será implementado a partir desse sábado.

O Ibovespa fechou em alta de subia 2,68%, aos 49.532 pontos, com volume de R$ 6,493 bilhões. Entre as principais ações do Ibovespa, Petrobras PN ganhou 5,20%, seguida por Vale PNA (1,91%), Itaú PN (2,62%), Bradesco PN (3,96%) e Ambev ON (1,45%). Além da alta de mais de 4% do petróleo no mercado internacional, as ações da Petrobras reagiram à entrevista do novo presidente da estatal, Aldemir Bendine, ao Valor.

Para o estrategista da Fator, Paulo Gala, a questão principal da Petrobras a ser discutida é a taxa de desconto usada para calcular o balanço e sua possíveis perdas. "As discussões caminham no sentido correto", disse Gala, ao se referir sobre a abordagem de Bendine sobre o assunto, que culmina no cálculo de quanto a empresa será afetada por denúncias de corrupção.

Segundo Eduardo Roche, sócio da gestora de recursos Canepa, Bendine trouxe um discurso forte e tentou levantar bandeiras que são importantes para o mercado. Entre elas, o executivo destaca a sinalização de que a empresa cumprirá o prazo de entrega do balanço, de que não fará uma capitalização na Petrobras e de que vai cortar os investimentos.

No topo do Ibovespa ficaram Kroton ON (14,47%), Light ON (10,67%), Estácio ON (10,62%) e ALL ON (9,01%). As ações da ALL ainda refletem a decisão de ontem do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que aprovou com restrições a fusão entre ALL e Rumo, do grupo Cosan.

As ações do setor de educação tiveram forte alta, na expectativa de que o Ministério da Educação (MEC) anuncie ajustes nas portarias que alteram as regras do Fies, o financiamento estudantil do governo. Até o momento, nenhum pronunciamento foi feito pelo ministro Cid Gomes.

Entre as poucas baixas do dia ficaram Usiminas PNA (-7,57%), Natura ON (-6,89%) e CSN ON (-5,13%). O Goldman Sachs afirmou em relatório que as siderúrgicas estão com dificuldades para implementar os reajustes entre 5% e 8% propostos em janeiro. A queda do preço do aço no exterior e a fraqueza do mercado doméstico estão entre os argumentos usados pela indústria para recusar o aumento.

Já Natura teve "um ano para esquecer", segundo analistas. Os resultados refletiram o baixo crescimento econômico brasileiro e a competição acirrada, aponta a Fator. O BTG Pactual afirma que os problemas da companhia são estruturais, não apenas externos. Para a Brasil Plural a empresa pode ter atingido seu limite em termos da marca Natura e do posicionamento de canais. A companhia de cosméticos trouxe lucro líquido de R$ 225,2 milhões no quarto trimestre, uma queda de 23,4% sobre igual período de 2013.