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Atividade na indústria sobe em fevereiro, mas Fiesp nega recuperação

31/03/2015 16h28


O aumento de 0,8% no Indicador do Nível de Atividade (INA) da indústria paulista em fevereiro em relação ao mês anterior não significa retomada da produção. Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), apesar de positivo, o resultado, por enquanto, é meramente estatístico. O número de fevereiro conta com ajuste sazonal.

"Percebemos que esse aumento tanto em janeiro quanto em fevereiro é reflexo da grande queda que houve em novembro e dezembro", afirma o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini.

A Fiesp divulgou também o dado revisto com ajuste sazonal para o INA de janeiro. O aumento, que era de 2,9% na comparação com o mês anterior, subiu 5,4%. Para Francini, "o número em si" não tem condição de alterar a visão sobre o desempenho da indústria paulista em 2015, que deverá ser "um mal desempenho". A Fiesp projeta queda de 5% na atividade industrial do ano.

Para o diretor, a retirada de programas de desoneração da folha de pagamentos e do Reintegra - regime especial que permite às empresas reaver parte de seus créditos tributários - compromete os investimentos. O aumento do custo da energia, a alta da taxa de juros e a fraca demanda domésticas colaboram para o quadro difícil de 2015, defende.

De acordo com a Fiesp, o INA acumula queda de 5,9% em 12 meses. O indicador também mostra que a utilização da capacidade instalada manteve-se estável em fevereiro em 79%.

Francini afirmou que o impacto da desvalorização do real sobre a competitividade da indústria ainda não pode ser mensurado. "Certamente o efeito é positivo, mas dimensioná-lo é mais complicado porque há esse tempo necessário para as empresas ganharem posição no mercado externo", afirma.

Entre os setores avaliados pela Fiesp, o de celulose, papel e produtos de papel foi um dos destaques, com crescimento de 4,7% na comparação com janeiro, com ajuste sazonal. A exportação de boa parte da produção foi a responsável pelo desempenho.

Outro destaque foi o setor de máquinas e equipamentos, com alta de 2,2%. A queda mais expressiva ocorreu no segmento de metalúrgica básica, com retração de 1,3% em relação a janeiro. O aumento dos custos de energia e combustíveis foram as principais influências negativas para o setor.

De acordo com a Fiesp, os empresários mantiveram em março a mesma percepção do cenário econômico registrada em fevereiro. O Sensor Fiesp, que mede a essa variação, manteve-se praticamente estável nos 48,8 pontos contra 47,9 pontos em fevereiro. O indicador varia de zero a 100, sendo que acima de 50 há otimismo e abaixo, pessimismo.

O componente Mercado do Sensor também oscilou pouco, recuando de 48,6 pontos em fevereiro para 46,9 pontos em março. O quesito vendas teve melhora, subindo de 49,4 para 53,5% pontos. O pessimismo cresceu em relação aos estoques e diminuiu quanto ao nível de emprego. O indicador que mede o otimismo em relação aos investimentos recuou de 53,4 para 52,9 pontos, margem considerada como estabilidade pela Fiesp.