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Tenho o apoio do PT para continuar tesoureiro, diz Vaccari

09/04/2015 14h00


Apesar de um movimento dentro do PT para que deixe o cargo de tesoureiro do partido, João Vaccari Neto disse nesta quinta-feira que o Diretório Nacional da legenda defende sua continuidade.

Em depoimento à CPI da Câmara para apurar irregularidades na Petrobras, Vaccari disse que "até o dia de hoje, minha avaliação é que tenho apoio do Diretório Nacional para continuar na secretaria de finanças". Segundo ele, até o momento, não foi apresentado nenhuma proposta pedindo o seu afastamento.

Vaccari foi citado por diversas vezes nas investigações da operação Lava-Jato. Entre elas, o ex-gerente de serviços da Petrobras Pedro Barusco disse que o tesoureiro do PT teria atuado no esquema de corrupção envolvendo contratos da estatal e recebido dinheiro de propina para o partido.

Questionado pelo deputado Bruno Covas (PSDB-SP) se gostaria de participar de uma acareação com Barusco, ele não respondeu. Diante da insistência, ele apenas disse que essa é uma questão que é determinada pelos deputados da CPI e reforçou que está à disposição das autoridades competentes para prestar os esclarecimentos necessários.

"Os termos do senhor Pedro Barusco na sua delação premiada no que se refere à minha pessoa não são verdadeiras. Eu nunca discuti finanças do PT com ele", afirmou Vaccari.

Ele declarou que conheceu Barusco quando já estava aposentado e que os encontros "sempre foram a convite" de Renato Duque, ex-diretor de serviços da Petrobras. Nas reuniões, eles falaram de política e assuntos diversos, mas não sobre finanças do partido, continuou Vaccari.

O tesoureiro do PT também negou qualquer relacionamento financeiro com o doleiro Alberto Youssef. As acusações dele contra mim também são falsas, alegou.

Por exercer a função de secretário de finanças do partido, Vaccari disse que "é usual que faça visitas a empresas para arrecadar recursos", mas negou as irregularidades citadas pelos delatores da operação Lava-Jato.

Ele também negou que a holandesa SBM - investigada por pagar propina em contrato da Petrobras - tenha feito qualquer tipo de doação ao PT. "Nem eleitoral nem partidária", completou.

Mochila

Vaccari Neto disse na CPI que tem o hábito de usar mochila. A mochila de Vaccari ficou famosa na Operação Lava-Jato. Ele ia a reuniões onde supostamente havia discussões sobre pagamento de propinas e entregas de dinheiro com a mochila.

"Uso uma mochila, como vários usam mochila", disse Vaccari, ao ser questionado pelo deputado André Moura (PSC-SE) sobre optou por mochila e foi apelidado de "Moch".

Na planilha da contabilidade de Pedro Barusco, Vaccari foi identificado pela sigla "Moch", de "mochila".