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Ajuste econômico não vai durar para sempre, diz Aldo Rebelo

13/05/2015 11h36


O ajuste econômico não é um programa nem uma política do governo e não terá "duração eterna", afirmou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, nesta quarta-feira. "O ajuste é para preparar o país para voltar a crescer e desenvolver. Nosso desafio é recompor o orçamento do Ministério e dos fundos de desenvolvimento científico e tecnológico", disse durante a abertura do 6º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em São Paulo.

Segundo o ministro, é preciso recompor a capacidade da pasta de liderar esforços de inovação no país. Nesse sentido, acrescentou, é necessário fortalecer iniciativas como a Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial (Embrapi), ouvir mais fóruns como a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) e prestigiar ações inovadoras das empresas. "Falei com a presidente que não havia nenhuma obra do Ministério da Ciência no PAC. Não é concebível que não tenha obras de infraestrutura na área de ciência, tecnologia e inovação, e passará a ter."

Rebelo afirmou que vai apresentar à presidente sugestões como a inclusão no PAC da construção do Laboratório Nacional de Luz Síncotron, em Campinas, que faz parte do Projeto Sirius, um acelerador de partículas de quarta geração que será usado na análise de materiais orgânicos e inorgânicos. "Vamos fazer esforços para que os contingenciamentos não sacrifiquem ações essenciais do ministério, principalmente as voltadas para a inovação", sustentou.

O compromisso do governo, de acordo com Rebelo, é de estabelecer como prioridade o apoio à inovação como sinônimo de futuro do Brasil. "Sem inovação, não persistiremos como sociedade industrial e não garantiremos as conquistas históricas já alcançadas". Para ele, não há conquistas sociais duradouras nem democracia verdadeira e estável em uma sociedade que se desindustrializa.

Rebelo ainda mencionou, sem citar cifras, que o BNDES nunca destinou recursos à inovação como hoje por meio do Finep. Segundo ele, em 2003, toda a carteira do banco de desenvolvimento era menor do que os recursos destinados à inovação hoje em dia. O Ministério da Ciência, disse Rebelo, vai liderar o esforço nacional para colocar a inovação como condição para que o Brasil recupere sua competitividade.

"Precisamos que o país retome sua vocação e suas potencialidades de se colocar entre as dez maiores economias do mundo não apenas dependendo de sua fronteira agropecuária e mineral, mas tendo como apoio decisivo sua capacidade industrial."

Ainda segundo ele, o Brasil não será um país competitivo se permanecer abaixo da 60ª posição em rankings internacionais de inovação e se as crianças não melhorarem seu desempenho educacional em matemática, leitura, escrita e ciências.