Mercado aposta em fim das altas de juros e taxas futuras caem
As taxas dos contratos futuros de juros recuaram na BM&F, com os investidores ajustando as apostas após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter elevado a Selic ontem em 0,5 ponto percentual, para 14,25%, e sinalizar a manutenção da taxa básica de juros por "um período prolongado". A aposta dos investidores agora passa a ser quando o Banco Central deve começar a cortar a taxa de juros.
Para analistas, a referência do BC à necessidade de manutenção da Selic nesse nível "por período suficientemente prolongado" para que haja convergência da inflação à meta no fim de 2016 foi a senha para a avaliação de que a alta de ontem foi a última do atual ciclo de aperto monetário.
Com isso, os investidores corrigiram as apostas no mercado de juros futuros, que chegou a refletir, antes do Copom, a chance de continuidade do ciclo de aperto monetário em setembro.
O DI para janeiro de 2016 recuou de 14,29% para 14,18% no encerramento do pregão regular, enquanto o DI para janeiro de 2017 caiu de 13,84% para 13,53%, chegando a registrar a maior queda em pontos-base em mais de seis anos.
Os vencimentos mais longos também passaram por correção dos prêmios de risco, o que indica que o mercado considera a chance de um afrouxamento monetário intenso no ano que vem. O DI para janeiro de 2021 caiu de 13,04% para 12,87%.
A curva de juros já reflete a chance de um corte de 0,25 ponto percentual da taxa Selic a partir de março do ano que vem.
O economista-chefe do Besi Brasil, Jankiel Santos, espera que o BC mantenha a taxa básica de juros estável até abril de 2016, mas não acredita que a autoridade monetária fechou a porta para uma nova alta de juros caso o balanço de riscos para a inflação piore.
O economista do Barclays, especialista em Brasil, Bruno Rovai, também compartilha a mesma visão. "Ao incluir o trecho no comunicado referindo-se ao ?atual balanço de riscos', o BC manteve a porta aberta para, se necessário, voltar a subir a taxa de juros", diz.
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