Confiança do consumidor cai em outubro para o menor nível desde 2005
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas (FGV) recuou 0,8% em outubro, ante setembro, para 75,7 pontos, atingindo pelo quarto mês consecutivo o menor nível da série histórica, iniciada em novembro de 2005. Em setembro, o indicador caiu 5,3%.
Na comparação com outubro do ano passado, há queda de 24,6%. O ICC segue bem abaixo da média histórica, de 109,4 pontos.
"A falta de sinalizações positivas no front econômico associada às incertezas políticas mantêm a confiança no mínimo histórico. Os consumidores continuam bastante insatisfeitos com o presente e pessimistas em relação ao futuro. Houve estabilidade do índice que mede as expectativas mas, após recuo de 5,4% no mês anterior, este movimento é ainda insuficiente para sugerir a possibilidade de uma mudança de tendência", afirmou, em nota, Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor.
Em outubro, o Índice da Situação Atual recuou 2,1%, com piora das avaliações dos consumidores a respeito tanto da economia quanto das finanças pessoais. O quesito que mede o grau de satisfação com a situação econômica foi o que mais contribuiu para a queda do ICC no mês. Em outubro, apenas 2,7% dos consumidores avaliam a situação econômica local como boa; 86,3% a consideram ruim.
O Índice de Expectativas (IE) manteve-se estável no menor nível da série: 81,1 pontos. Houve aumento de 1,3% do indicador que mede a intenção de compras de duráveis. Essa melhora, no entanto, não parece fundamentada o suficiente para sinalizar uma nova tendência para o indicador que, em 63,6 pontos, continua bem próximo ao mínimo histórico de 62,8 pontos registrado no mês anterior. A parcela dos consumidores que pretendem comprar mais nos próximos seis meses caiu de 9,3% para 8,9% enquanto dos que projetam compras menores passou de 46,5% para 45,3%.
Analisando o resultado por faixas de renda, nota-se uma alta de 2,8% na confiança dos consumidores com renda familiar mensal entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00, exatamente o segmento que registrara a maior queda no mês anterior (-8,4%). No extremo oposto, houve nova queda (de 2,9%) da confiança dos consumidores de renda mais alta (acima de R$ 9.600,00), após recuo de 7,4% no mês anterior.
A edição de outubro da sondagem coletou informações de 2.300 domicílios entre os dias 01 e 21 de outubro, em sete capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador e Brasília.
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