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Light sai de lucro para prejuízo no quarto trimestre

29/03/2016 15h21

(Atualizada às 10h13) A Light, distribuidora de energia que atua na região metropolitana do Rio de Janeiro, registrou prejuízo líquido de R$ 66,5 milhões no quarto trimestre de 2015, ante lucro líquido de R$ 520,1 milhões no mesmo trimestre de 2014, segundo demonstração de resultados divulgada pela companhia na noite de ontem, segunda-feira.

Para o ano todo de 2015, a empresa teve lucro líquido de R$ 42,4 milhões, em queda de 93,6% sobre o lucro líquido de R$ 662,8 milhões um ano antes, segundo os dados divulgados no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A receita líquida da empresa no quarto trimestre de 2015 foi de R$ 2,582 bilhões, em queda de 21,5% ante os R$ 3,287 bilhões no quarto trimestre de 2014. O valor para o ano todo de 2015 foi de R$ 10,647 bilhões, em alta de 15,7% sobre um ano antes.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado no quarto trimestre de 2015 foi de R$ 224,2 milhões, em queda de 72,8% ante o Ebitda ajustado de R$ 823,3 milhões do mesmo trimestre de 2014. Para o ano inteiro de 2015, o Ebitda ajustado foi de R$ 1,271 bilhão, em alta de 25,2% ante 2014.

A empresa registrou receita financeira líquida de R$ 20,2 milhões no quarto trimestre de 2015, ante despesa financeira líquida de R$ 119,4 milhões um ano antes. O resultado para o ano todo de 2015 foi negativo em R$ 511,6 milhões, 15,6% acima da despesa de R$ 442,5 milhões em 2014.

Endividamento

O nível de endividamento da Light, medido pela relação dívida líquida/Ebitda, ficou em 4,16 vezes em dezembro de 2015, com queda em relação a setembro do ano passado, de 4,23 vezes. O indicador veio dentro do limite superior para efeito de covenants (cláusulas contratuais restritivas de endividamentos), de 4,25 vezes.

Em novembro do ano passado, a Light concluiu as negociações dos covenants com todos os credores, alterando o limite superior do indicador para 4,25 vezes, no quarto trimestre de 2015 e nos dois primeiros trimestres de 2016. Para o terceiro trimestre deste ano, o limite é de 4 vezes e, para o período de outubro a dezembro, o teto do indicador é de 3,75 vezes.

A companhia fechou o quarto trimestre do ano passado com dívida líquida de R$ 6,5 bilhões. O valor é 4% inferior ao apurado no fim do terceiro trimestre.

Perdas

A Light vai reformular seu programa de combate a perdas comerciais, para adequá-lo ao novo cenário comercial, caracterizado por aumento tarifário e o impacto da crise econômico na renda das famílias. Uma das medidas será reestruturar a diretoria de distribuição da empresa para aumentar o foco no combate a furto e fraude de energia, considerado por analistas o "ponto fraco" da empresa.

"Em função da mudança de cenário, o programa de perdas está sendo revisitado pela nova gestão da companhia. Uma das primeiras ações será o redesenho da diretoria de distribuição, dividida em diretoria de engenharia e diretoria comercial, sendo que esta última estará focada no combate às perdas e inadimplência", informou a Light, em release sobre os resultados do ano passado.

O índice de perdas totais da Light nos últimos 12 meses encerrados em dezembro alcançou 23,2% da carga fio, com alta de 0,3 ponto percentual em relação ao resultado do terceiro trimestre de 2015 e com redução de 0,5 ponto percentual ante igual período de 2014.

Considerando apenas o mercado de baixa tensão, o índice de perdas não-técnicas (furto e fraude de energia) alcançou 40,65%, contra 42,18%, em dezembro de 2014, e 39,81%, em setembro de 2015.

De acordo com a Light, no quarto trimestre do ano passado, a perda de energia foi impactada principalmente pelo aumento da temperatura, 0,7ºC superior em relação a igual período de 2014. Também contribuíram para um aumento das perdas, em relação ao terceiro trimestre os efeitos dos aumentos tarifários (aproximadamente 86%), aliados ao atual momento econômico.

Em 2015, o programa de perdas combateu 726,5 gigawatts-hora (GWh), aumento de 27,3% em relação ao ano passado, sendo 344,6 GWh referentes à incorporação de energia, 255,8 GWh à recuperação de energia 3 126,1 GWh à redução de carga. No ano passado, porém, novas fraudes totalizaram perda de energia de 698 GWh, fazendo com que o resultado líquido do programa em 2015 fosse de 28,5 GWh.