IPCA
0,83 Mai.2024
Topo

Mortalidade infantil é a menor em 11 anos, aponta IBGE

02/12/2016 13h46

A taxa de mortalidade infantil, razão entre número de óbitos de crianças até um ano e o número de nascidos vivos, foi de 13,8 mortes por mil nascidos vivos no Brasil em 2015. Foi a menor taxa em 11 anos, além de ser inferior à de 2014, de 14,4 falecimentos em até um ano de vida para cada grupo de mil nascidos vivos. No entanto, as regiões mais pobres do país continuam a apresentar taxas de mortalidade quase duas vezes maior do que as localidades mais ricas.

Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que anunciou hoje a Síntese de Indicadores Sociais - Uma análise das condições de vida da população brasileira - 2016. A principal fonte do levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Pnad 2015, divulgada na semana passada.

Em 2015, as regiões mais ricas do país, como Sul e Sudeste, mostraram taxas de mortalidade infantil abaixo da média nacional, respectivamente de 9,7 e de 10,7 de mortes de crianças de até 1 ano de idade para cada grupo de mil nascidos vivos. A taxa é quase o dobro nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, respectivamente de 18,1, de 17,5 e de 14,8, também para cada grupo de mil crianças nascidas vivas.

Os Estados que apresentaram as taxas mais elevadas de mortalidade infantil, em 2015, foram também os mais pobres. É o caso de Amapá, de 23,5 óbitos com até um ano de vida para cada grupo de mil nascidos vivos; Maranhão, de 22,4; e Alagoas, de 20,9.

Em contrapartida, os Estados que registraram as menores taxas foram Espírito Santo, com 9,2; Santa Catarina, com 9,5; e Rio Grande do Sul, com 9,9.

O patamar de mortalidade infantil brasileira também continua distante dos padrões observados nos países mais ricos. Ao usar dados das Nações Unidas, o IBGE informou que a taxa de mortalidade infantil foi de 36 mortes por mil nascidos vivos no mundo, no período de 2010-2015. Entretanto, nos países desenvolvidos o indicador seria de 5 óbitos por mil nascidos vivos e nos países menos desenvolvidos, de 39 óbitos por mil nascidos vivos, no mesmo período.

Taxa de fecundidade

A taxa de fecundidade das mulheres brasileiras continuou a cair no país em 2015, assim como nos últimos dez anos. Entretanto, a taxa de fecundidade entre as mais jovens, mesmo em queda, continuou expressiva, por causa especialmente da gravidez na adolescência, principalmente nas regiões mais pobres do país. Além disso, mulheres negras ou com menor instrução têm mais filhos do que brancas com mais anos de estudo.

A taxa de fecundidade total do país passou de 1,74 filho por mulher em 2014 para 1,72 filho um ano depois. Em 2005, esta taxa era de 2,09 filhos por mulher. Na última década, todas as unidades da federação apresentaram queda na taxa de fecundidade.

O instituto ressaltou, contudo, que merece atenção a taxa específica de fecundidade das mulheres de 15 a 19 anos de idade, adolescentes. Entre 2005 e 2015, este indicador saiu de 76,3 para 59,4 filhos por mil mulheres deste grupo, correspondendo a uma diminuição de 22,1% no indicador.

Mas é visível a diferença desta taxa entre regiões mais ricas e mais pobres. Em 2015, o Acre, na região Norte, apresentou taxa específica de fecundidade mais elevada para este grupo etário, de 104,3 filhos por mil mulheres de 15 a 19 anos de idade; enquanto no Distrito Federal o indicador foi o mais baixo, de 40 filhos por mil mulheres neste mesmo grupo etário.

O instituto informou que, nas projeções populacionais das Nações Unidas, a fecundidade adolescente no Brasil, em 2015, foi próxima ao nível da América Latina e Caribe (66,5 por mil para o período 2010-2015) e abaixo dos níveis africanos (98,5 por mil). Entretanto, no Brasil, o indicador foi mais elevado se comparado à Europa (16,2 por mil) e América do Norte (28,3 por mil).

Também é possível perceber que tópicos como raça e estudo das mães influenciam estes dados. Entre mulheres que se declararam brancas ao IBGE de 15 a 49 anos, 41,6% informaram não ter crianças; e 57,8% afirmaram ter um filho ou mais. Na mesma faixa etária entre mulheres que se autodenominaram pretas ou pardas, 35,9% informaram não ter filhos; e 63,4% afirmaram ter um filho ou mais.

A diferença é ainda maior quando se mede o tema por grau de instrução. No grupo de mulheres de 15 a 49 anos com até sete anos de estudo, 22,1% informaram não ter filhos; e 77% tinham um filho ou mais. Nas mulheres na mesma faixa etária com oito anos de estudo ou mais, 43,5% disseram não ter crianças e 56% informaram ter um filho ou mais.