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Sete pessoas foram assassinadas por hora no Brasil em 2016

30/10/2017 12h23

Em 2016, sete pessoas morreram assassinadas no Brasil a cada hora, aponta a 11ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgada hoje. O relatório mostra um aumento da violência no Brasil, classificado como "obsceno" pelo diretor presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima.


Ao todo, foram 61,6 mil mortes violentas intencionais registradas em 2016, maior número já registrado na série histórica do anuário e aumento de 3,5% sobre 2015. Houve aumento em quase todos os indicadores nacionais de criminalidade, como latrocínios, estupros e crimes contra o patrimônio.


O relatório destaca também que houve crescimento acentuado em 2016 tanto de policiais mortos no Brasil, alta de 17,5%, quanto de mortes decorrentes de intervenção policial, crescimento de 25,8%.


Lima destaca que, até 2014, o Brasil vivia não uma queda na criminalidade, mas uma estabilização das taxas. "É importante destacar que alguns números preliminares de 2017 já indicam que, desde o ano passado, a situação já está bem pior", afirma o diretor presidente do Fórum.


Ele afirma que a demora para a divulgação das taxas do anuário se deve, também, à falta de padronização na coleta de dados sobre mortes e violência, cuja metodologia varia de Estado para Estado. "A violência letal hoje é um problema nacional, não é exclusividade de uma região, de um Estado, ou de um grupo de vítimas preferenciais. O Brasil é um país amedrontado", afirma.


A taxa nacional de mortes violentas intencionais em 2016 foi de 29,9 assassinatos para cada 100 mil habitantes, mas, em alguns Estados, esse número é ainda maior.Sergipe, por exemplo, registrou taxa de 64 mortes a cada 100 mil habitantes; Rio Grande do Norte, de 56,9.


O aumento da criminalidade ocorre em um momento em que os gastos em segurança pública caíram nos nível federal e estadual, conforme revela reportagem publicada na edição do Valor desta segunda-feira.