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Empreender sozinho ou com sócios?

Filomena Garcia

Colunista UOL, em São Paulo

09/04/2013 06h00

Quando decidimos abrir um negócio próprio, a próxima questão que surge, na grande maioria das vezes, é se encaramos esse desafio sozinho ou com sócios. Acredite: essa decisão pode ser tão importante quanto a de se tornar um empreendedor.

Existem vários aspectos que devem ser avaliados para que essa decisão tenha maior probabilidade de dar certo do que errado. Não existe melhor ou pior caminho, com maior ou menor risco. Na verdade, sua chance de sucesso dependerá de um conjunto de fatores ligados ao perfil e aos propósitos de vida de cada um.

Vale a pena avaliar alguns pontos para entender se esse é o melhor caminho no seu caso:

1. Você possui conhecimento do mercado escolhido?

Para minimizar o risco de qualquer novo negócio, é fundamental que você tenha conhecimento prévio do segmento em que pretende atuar. Seja através de uma experiência anterior como executivo de empresas, como consultor da área, ou mesmo como um curioso e estudioso do assunto.
Caso lhe falte essa expertise, pode ser uma boa ideia se associar a alguém que traga essa bagagem.

2. Você tem capital suficiente para iniciar seu negócio?

Em alguns casos, você pode ter muita experiência no segmento, porém, não dispõe de todo capital para implantar o negócio. Lembrando que você deve considerar em seus cálculos inclusive o capital de giro que será necessário até o próprio negócio se pagar.

Nesse caso, você tem a opção de buscar um sócio para dividir igualmente investimentos e responsabilidades. Ou você pode se unir a um sócio-investidor, que entrará apenas com capital, enquanto você tocará a operação no dia a dia. Ou vice-versa.

Independentemente de você ser o empreendedor investidor ou o empreendedor que capitalizará sua parte com o trabalho, o grande desafio desse tipo de sociedade é obter, em ambos os papéis, o envolvimento necessário para que o negócio cresça.

Sem o envolvimento dos seus sócios, você estará, na prática, sozinho. E uma das grandes vantagens de se ter um sócio, é poder compartilhar ideias e se certificar sobre os caminhos a tomar. Mesmo um sócio investidor pode, e deve, funcionar como um conselheiro.

3. Perfil complementar

Uma possibilidade bem interessante é se unir a sócios que tenham um perfil complementar ao seu. Além de trazer expertises diferenciadas para o negócio, o que é muito bom, fica muito mais fácil definir claramente o papel e a responsabilidade de cada um, minimizando os possíveis conflitos de sobreposição de funções.

Essa composição de sociedade também confere autonomia e velocidade às decisões do dia a dia de cada sócio, uma vez que a estratégia principal do negócio esteja definida e compartilhada por ambos. Quem ganha com isso é a empresa, pois em um mercado cada vez mais competitivo, agilidade e assertividade podem fazer toda a diferença.

4. Comprometimento

É fundamental que esteja claro, desde o início da sociedade, o comprometimento e dedicação que cada um irá dar ao negócio. Por esse motivo, é importante entender o momento de vida de cada sócio. Isso envolve compromissos com a família, filhos, estudos, projetos paralelos, entre outros.

Outro fator importante é que o impacto financeiro seja sentido por todas as partes, pois, como diz o velho ditado: em se tratando de negócios, o bolso sempre será uma das partes mais sensíveis do ser humano. Se os resultados do negócio afetarem a todos, é certo que ninguém ficará parado, ou menos comprometido.

Mais do que todos esses pontos, é fundamental que todos os sócios tenham o mesmo brilho nos olhos quando estiverem falando e trabalhando no negócio. Aquele que só os apaixonados pelo que fazem conseguem ter.

Na minha opinião, se você conseguir encontrar um sócio que seja tão apaixonado quanto você pelo negócio, e que tenha atitude e garra para fazer acontecer apesar de todas as dificuldades que aparecerão, você já terá percorrido um grande caminho para criar e desenvolver uma empresa tão grande quanto o tamanho de seus sonhos.