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Saída de Brandão é mais um capítulo de intervenção do governo, diz entidade
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A renúncia do presidente do Banco do Brasil, André Brandão, foi vista com preocupação pelo Centro de Liderança Política (CLP), entidade de formação de gestores públicos.
Na avaliação do cientista político e fundado da entidade, Luiz Felipe D'Avila, a saída de Brandão é "mais um capítulo do drama que se iniciou com a intervenção na Petrobras".
"Enquanto o BC age para combater a inflação, a renúncia do presidente do BB, André Brandão, é mais um baque na agenda liberal prometida por Bolsonaro em campanha, colocando em risco a credibilidade do país no cenário internacional e dificultando ainda mais a recuperação econômica", disse D'Avila à coluna.
O cientista político afirmou ainda que é preciso que o Congresso preste atenção nessas mudanças após posturas intervencionistas do governo.
"Infelizmente é mais um capítulo do drama que se iniciou com a intervenção na Petrobras. Que o governo e o Congresso se atentem para o risco que essas posturas populistas representam", afirmou.
Segunda troca
Brandão é o segundo presidente do BB a deixar o cargo no governo Bolsonaro. Em setembro de 2020, o economista Rubem Novaes renunciou ao cargo.
Na época, Novaes afirmou que decidiu deixar o cargo por "não se adaptar à cultura de privilégios, compadrio e corrupção de Brasília". Ele não quis citar um fato específico e disse que se referia ao ambiente político da capital do país.
Fritura antiga
O desgaste de Brandão no comando do BB já vinha de meses. A saída do executivo já era dada como certa por auxiliares do presidente. Brandão foi um dos nomes escolhidos por Guedes para compor o governo.
No início do ano, o anúncio de uma reformulação no banco fez o presidente demonstrar seu desconforto com o executivo a ponto de "pedir sua cabeça". Na ocasião, Guedes conseguiu segurar a demissão.
Apesar disso, o desgaste não foi superado e, após a mudança no comando da Petrobras - com a indicação do general Joaquim Silva e Luna para o lugar de Roberto Castello Branco, a saída de Brandão era tida no governo como questão de tempo.
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