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João Branco

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Brasileiro trabalha por dinheiro, prazer ou significado?

Colunista do UOL

14/04/2021 04h00

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Quantas horas você trabalha por dia? E quanto tempo você gasta pensando nas suas atividades profissionais mesmo quando não está no trabalho? Já parou para fazer as contas de quanto isso ocupa a sua agenda?

Na prática, passamos mais da metade da nossa vida adulta atendendo clientes, participando de reuniões, tomando decisões ou prestando serviços. Tem muita gente que passa mais horas com o chefe do que com a família.

Por isso, costumo dizer que quando estamos trabalhando, não estamos só trabalhando. Estamos "vivendo". Uma escolha de mudar ou não de emprego não é só uma decisão profissional. É uma decisão de vida.

Tem gente que muda de cidade por causa do trabalho. Também há os que precisam inverter as horas e ficar acordado trabalhando nas madrugadas. Tem quem tenha que aprender um outro idioma. E os que tentam se acostumar com esforços repetitivos. Isso sem falar nos que precisam lidar com pressão e questões emocionais todos os dias.

Tudo isso porque a gente precisa trabalhar. É lá que conseguimos o sustento que necessitamos. Mas será que é só por isso que trabalhamos?

Vamos fazer uma brincadeira: imagine que um gênio da lâmpada apareceu e te deixou escolher um desejo relacionado ao seu trabalho. Ele te deu uma lista com 10 opções. Mas pense bem... você pode escolher apenas 1 dos desejos e terá que abrir mão dos outros. Se você escolher um, não vai conseguir os outros, combinado?

As opções são: só trabalhar com o que gosto, fazer algo que vai impactar positivamente a minha geração, passar mais tempo com a minha família do que trabalhando, ser uma referência mundial na minha área de atuação, ficar bilionário, sempre trabalhar por um propósito maior, me aposentar jovem, ficar muito famoso, sempre ter chefes e clientes legais ou falir meu concorrente. Qual você escolheria?

escolhas - Felipe Tomazelli - Felipe Tomazelli
Imagem: Felipe Tomazelli

Fiquei curioso e fiz uma pesquisa real. Com a ajuda da Provokers entrevistamos quase mil brasileiros, de diferentes ramos de atuação e regiões do Brasil, no mês passado. Sabe o que eles responderam? Esse foi o ranking das 5 alternativas mais escolhidas:

  1. Ficar bilionário (25%)
  2. Fazer algo que vai impactar positivamente a minha geração (20%)
  3. Passar mais tempo com a minha família do que trabalhando (16%)
  4. Ser uma referência mundial na minha área de atuação (15%)
  5. Só trabalhar com o que gosto (11%)

Em primeiro lugar ficou: "quero ficar bilionário". Isso significa que muita gente topa fazer altos sacrifícios desde que consiga ficar muito rico. Quando o assunto é trabalho, o dinheiro é mesmo um fator muito importante. Talvez o mais importante.

Quase todos os entrevistados abriram mão de ter chefes legais (1%), ficar famoso (1%) ou se aposentar cedo (3%). E 9% priorizaram trabalhar sempre com um propósito maior.

Esse não é um exercício bobo. Descobrir o que está realmente nos motivando todos os dias a acordar cedo faz muita diferença.

O "time de marketing do dinheiro" é muito bom. Eles sabem te deixar com uma sensação de que as fortunas podem comprar tudo. Mas não caia nessa pegadinha.

Tempo, amor e uma vida com significado não estão à venda. Será que é por isso que eles não têm um marketing tão forte? Vou perguntar isso pro gênio.