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Comissárias de bordo não precisam mais usar saias e salto alto em aviões
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Recentemente, a companhia aérea ucraniana SkyUp Airlines anunciou que aboliu o salto alto e a saia obrigatórios do uniforme das comissárias da empresa. O movimento segue uma tendência mundial, com empresas reduzindo algumas das exigências sobre como as suas funcionárias se vestem no trabalho.
No Brasil, essa mudança já ocorre há cerca de dez anos, e vem evoluindo com o passar do tempo. Hoje, as maiores companhias aéreas nacionais oferecem pelo menos duas opções de uniforme às suas profissionais, permitindo a escolha da combinação que for melhor para cada uma, seja saia ou calça.
Brasil à frente
O Brasil é um dos países mais avançados no quesito de escolha dos uniformes. As maiores companhias aéreas do país já não obrigam suas funcionárias a usarem saia exclusivamente há alguns anos.
Azul, Itapemirim e Latam possuem uniformes tanto com saia quanto com calça ou até mesmo vestido, permitindo que as comissárias decidam qual modelo melhor se encaixa no seu cotidiano.
O uso de sapatos de salto ainda é um ponto que não foi completamente extinto. Algumas empresas ainda exigem o uso de sapatos diferentes quando a comissária está circulando pelo aeroporto e quando está a bordo do avião.
A Azul, por exemplo, liberou o uso de sapatilhas para as comissárias em qualquer localidade, tanto no avião quanto no deslocamento pelo aeroporto, evitando a necessidade de troca. Hoje, as comissárias da empresa tem à disposição três combinações de uniforme, e a companhia ainda está trabalhando em um projeto para ampliar a diversidade de peças que podem ser utilizadas sem perder a comodidade e a conveniência das roupas.
A Itapemirim, que começou a voar comercialmente no segundo semestre de 2021, adotou desde o início de suas atividades o uso de calças e sapatos mais confortáveis pelas comissárias no lugar do salto alto.
Por usa vez, a Latam oferece às suas tripulantes a possibilidade de escolher combinações entre saia ou calça para o uniforme, além da opção de sapatilhas ergonômicas para serem utilizadas durante o voo.
Procurada, a Gol não respondeu aos questionamentos feitos pelo UOL.
Segurança além do conforto
O uniforme é considerado por muitas pessoas como um cartão de visitas das empresas. Além de oferecerem segurança e proteção aos trabalhadores, eles também tornam os profissionais das companhias mais facilmente identificáveis ao público.
Entretanto os uniformes das tripulações dos aviões precisam, além de serem confortáveis, permitir que essas profissionais consigam atuar em situações de emergência. Isso porque em caso de emergência é preciso se locomover de maneira ágil.
Por isso, esse preparo é fundamental, diz Clauver Castilho, diretor do SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas). "Como as comissárias prestam um serviço relacionado à segurança de voo, já é comum que elas usem sapatilha [em vez de salto alto] dentro dos aviões no Brasil. O sindicato tem um departamento que acompanha as denúncias relacionadas aos uniformes e apura possíveis irregularidades", afirma o representante sindical, que também é comissário.
Outras obrigatoriedades
O uso de maquiagem também é um fator de peso para as comissárias. Os custos extras com processos de beleza recaem sobre as mulheres, mas, em geral, não sobre os homens, que não precisam se maquiar, pintar as unhas ou se depilar.
No final de julho, a Justiça do Trabalho determinou que a Gol arque com os custos mensais de R$ 220 relativos a maquiagem, manicure e depilação de cada uma de suas comissárias. A decisão obriga o ressarcimento com estes gastos de maneira retroativa desde o ano de 2015, mas ainda cabe recurso por parte da empresa. À época, a companhia disse que não comenta decisões judiciais.
Mundo afora, essas exigências pela aparência vêm deixando de ser feitas. A norueguesa Norwegian e a inglesa Virgin Atlantic já retiraram a obrigatoriedade do uso de maquiagem por sua tripulação de bordo.
No Japão, a Japan Airlines deixou de lado a necessidade de uso de salto alto e saia pelas suas funcionárias. Esse ato vem na esteira do movimento #KuToo, que luta contra a política do uso obrigatório de salto alto nos locais de trabalho, e cujo nome faz uma alusão às palavras "sapatos" e "dor" em japonês.
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