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Falha na comunicação causou o acidente mais fatal da história da aviação
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Em 1977, acontecia o pior acidente da história da aviação, que deixou 583 mortos ao todo. Dois Boeings 747 se chocaram ainda na pista do aeroporto de Tenerife, a maior das ilhas Canárias da Espanha.
Uma sucessão de falhas e problemas de comunicação dos envolvidos foram considerados como os principais fatores contribuintes para o acidente.
Bomba explodiu em aeroporto
Uma bomba havia explodido no aeroporto de Las Palmas, na ilha de Gran Canaria no arquipélago espanhol. Com isso, todo o tráfego foi desviado para a ilha de Tenerife.
As duas aeronaves envolvidas eram as do voo KLM 4805, que havia partido de Amsterdã (Holanda), e Pan Am 1736, que decolara de Los Angeles (EUA) com escala em Nova York (EUA). Ambas tinham como destino o aeroporto onde houve a explosão.
Esses e outros aviões precisaram se aglomerar nas pistas de manobra de Tenerife aguardando até o momento para decolarem rumo à outra ilha. Foi nesse momento, com a liberação para os voos sendo retomada aos poucos, que os problemas tiveram início.
O acidente
Com a pista de manobra bloqueada devido à fila de aviões que se formou no local, o avião da KLM foi autorizado a entrar na pista de decolagem e a percorrer até o final para fazer uma manobra e partir em sentido oposto. Essa operação é popularmente chamada de cavalo de pau, onde o avião gira 180 graus na cabeceira antes de decolar.
Logo atrás dele, estava o avião da Pan Am, que iria sair da pista principal no acesso de número três para a pista de manobra, deixando o espaço livre para o avião da KLM. Entretanto, ele errou a saída, e se dirigiu ao acesso de número quatro.
Quando o avião da KLM terminou de se posicionar na pista, aplicou potência nos motores, iniciando a decolagem. Naquele momento, havia uma neblina muito forte no local, e o avião da Pan Am ainda não tinha liberado o local.
A algumas centenas de metros de distância, os comandantes do avião norte-americano viram as luzes do KLM vindo em sua direção. Mesmo com os esforços, não deu tempo de sair da frente.
Os pilotos do KLM 4805 tentaram forçar a decolagem, mas o avião ainda não tinha velocidade suficiente. O nariz saiu do chão, mas a cauda bateu na pista e se chocou com o Pan Am 1736, caindo em seguida.
Todos os 234 passageiros e 14 tripulantes daquele avião morreram. Das 396 pessoas a bordo da aeronave da Pan Am, 61 conseguiram sobreviver.
Série de erros causou tragédia
A falta de compreensão plena de expressão em inglês pelos tripulantes do avião da KLM e controladores foi um dos fatores atribuídos à fatalidade. Os pilotos entenderam que estavam autorizados a decolar, quando, na verdade, ainda não estavam.
Junto a isso, os controladores não teriam entendido que os pilotos avisaram que já estavam decolando, quando deveriam estar parados na posição de espera. A falta do uso de uma fraseologia padrão contribuiu para esse erro.
A forte neblina também dificultou a visibilidade da pista. Com isso, não era possível ver o avião da Pan Am manobrando e o da KLM decolando a longa distância.
Uma falha na comunicação via rádio também foi considerada uma das causas do acidente. Mesmo após o avião da KLM acelerar, os pilotos da Pan Am tentaram advertir que ainda estavam na pista. No entanto, não ficou claro para os pilotos da KLM qual era a situação da aeronave da Pan Am, e aconteceu a colisão.
Veja lista dos acidentes aéreos com mais fatalidades:
- Desastre de Tenerife: 583 mortes
- Voo 123 da Japan Air Lines: 520 mortes
- Colisão aérea de Charkhi Dadri: 349 mortes
- Voo 981 da Turkish Airlines: 346 mortes
- Voo 182 da Air India: 329 mortes
- Voo Saudia 163: 301 mortes
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