Rússia quis recomprar helicóptero Mi-35 do Brasil para a guerra; conheça

A Rússia tentou recomprar helicópteros Mi-35, que vendeu nos anos 2000 ao Brasil, para usar na Guerra na Ucrânia. Mais especificamente, os motores das 12 aeronaves comercializadas, segundo o Wall Street Journal. Os helicópteros eram os únicos modelos de ataque que a FAB tinha no Brasil, mas estão aposentados desde o ano passado, depois de terem voado só entre sete a 12 anos por aqui.
O Mi-35 Hind

Modelo foi desenvolvido a partir do russo Mil Mi-24. Helicóptero de ataque começou a ser produzido na década de 1960 naquele país, e pode ser carregado com foguetes, canhões e bombas que podem destruir tanques blindados.
Dois tripulantes operam o modelo. Um pilota a aeronave enquanto o outro é responsável pelos sistemas de armamentos.
Também chamado de Hind, ele possui diversas medidas de proteção. Entre elas estão sistema antimísseis e supressor de calor na saída do motor, medida usada contra mísseis que se guiam pelas altas temperaturas emitidas na saída dos gases do sistema de propulsão.
Modelo é de alta capacidade. Além de ser usado em ataques, o Mi-35 também pode levar mais oito soldados em seu compartimento traseiro, ou quatro macas.
Versatilidade é diferencial do modelo. Além do uso em ataques, sua capacidade de transporte de tropas, resgate e apoio em operações aéreas tornam ele um dos únicos no mundo.
Ficha técnica
Modelo: Mi-35M
Diâmetro do rotor: 17,20 metros
Comprimento: 19,50 metros
Peso máximo de decolagem: 12 toneladas
Velocidade máxima: 335 km/h
Altitude máxima de voo: 4.900 metros
O helicóptero na FAB

Na Força Aérea Brasileira, o helicóptero foi batizado como AH-2 Sabre. País comprou 12 unidades em 2008 ao custo de US$ 250 milhões à época.
Era o único helicóptero de ataque da frota da Aeronáutica. Entregas ocorreram entre abril de 2010 e o final de 2014.
Exemplares foram desativados em 2022. Os helicópteros voaram apenas entre sete a 12 anos cada na FAB.
Modelos robustos como o Mi-35 costumam ficar décadas em funcionamento. Esse foi o caso do H-1H conhecido como "Sapão" e "Hzão", ícone da Guerra do Vietnã e que voou por 51 anos na FAB, até 2018.
Modelo teria manutenção no Brasil. O objetivo era de que as aeronaves fossem fabricadas na Rússia e tivessem todo o seu ciclo de consertos e manutenção feitos por aqui. Projeto teve cortes no orçamento ainda em 2011, e a operação com os Sabres foi abandonada, com todos os modelos desativados desde o ano passado.
Compra foi negada

Estima-se que ao menos dez Mi-35 russos tenham sido destruídos na Guerra na Ucrânia. Com o prolongamento do conflito, a Rússia passou a buscar alternativas para fortalecer seu arsenal militar.
No primeiro semestre, os russos tentaram readquirir algumas unidades vendidas ao Brasil. Mais especificamente, os motores, segundo o Wall Street Journal. Medida também foi tentada com outros países.
Brasil recusou a venda. Política do país de não fornecer armamentos para países envolvidos em conflitos armados foi determinante para a decisão de acordo com o jornal.
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