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Reportagem

Pearl Harbor e kamikazes: como foram os ataques do Japão na Segunda Guerra?

No dia 7 de dezembro de 2023, completam-se 82 anos do ataque em Pearl Harbor. Em plena Segunda Guerra Mundial, o Japão lançava uma forte ofensiva contra a frota dos Estados Unidos no Pacífico, fazendo com que o país mergulhasse de vez no conflito.

Nos anos seguintes, ganharam forma os ataques chamados de kamikazes, onde pilotos japoneses se sacrificavam lançando os próprios aviões contra os alvos inimigos, culminando com o lançamento das bombas atômicas sobre o país asiático e marcando o fim da guerra.

Histórico do conflito EUA x Japão

Durante meses, Japão e EUA negociavam sobre o futuro da região do Pacífico. Em meados de 1941, os norte-americanos acabaram cortando relações com os japoneses.

Japão se encontrava em guerra contra a China desde a década anterior. EUA apoiavam os nacionais chineses, e o corte de exportações de produtos vitais para a guerra, como ferro e petróleo, atingia profundamente o Japão.

A frota naval do Pacífico dos EUA estava na região de Pearl Harbor, no Havaí, desde 1940. No dia do ataque, grande parte dos navios estava atracada, e muitos militares estavam fora de suas posições nas embarcações.

Os países não conseguiram firmar um acordo até o dia fatal, e a operação era iminente.

O primeiro embate

Na manhã de 7 de dezembro de 1941, os japoneses iniciaram os ataques contra Pearl Harbor. Pouco mais de 350 aviões foram usados na ofensiva, que começou antes de uma declaração de guerra formal.

Diversos tipos de aeronaves estavam presentes. Desde caças até bombardeiros e aviões torpedeiros.

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Poucos aviões dos EUA restaram operacionais no momento. Mais de 320 aeronaves norte-americanas foram destruídas ou seriamente danificadas.

Navios também sofreram baixas. Ao todo, cerca de 20 embarcações foram afundadas ou sofreram danos estruturais graves.

Milhares morreram. Ao todo, mais de 2.400 pessoas foram mortas nos ataques em Pearl Harbor. Outras 1.200 ficaram feridas, marcando a entrada definitiva dos EUA na guerra.

A partir desse momento, a disputa entre os dois países resultou em uma escalada no conflito. Nos anos seguintes, ocorria a formulação de novas estratégias ofensivas, incluindo voos suicidas.

Os kamikazes

Avião kamikaze MXY7 Ohka versão 22: Modelo da foto nunca chegou a ser usado em ataques, como os da versão 11
Avião kamikaze MXY7 Ohka versão 22: Modelo da foto nunca chegou a ser usado em ataques, como os da versão 11 Imagem: Museu Nacional do Ar e do Espaço Smithsonian
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A palavra kamikaze significa "vento divino". Esse termo tem origem no século 13, quando um furacão dispersou uma tentativa de invasão mongol ao Japão, que acabou levando esse nome.

Os kamikazes eram pilotos que jogavam seus aviões deliberadamente contra alvos inimigos para destruí-los. As aeronaves eram carregadas, geralmente, com mais combustível e artefatos explosivos para aumentar o dano no impacto.

Familiares dos kamikazes mortos recebiam um diploma. Ele é considerado por muitas pessoas como um título de glória, um verdadeiro reconhecimento pelo ato tido como heroico em defesa de seu país.

O ataque a Pearl Harbor não contou com a presença explícita daqueles que passariam a se chamar kamikazes nos anos seguintes. Entretanto, uma prática de sacrificar a vida jogando o próprio avião contra os inimigos já existia.

Isso acontecia quando a aeronave era atingida e não conseguiria voltar em segurança. O ato evitaria que o piloto fosse capturado e torturado, além de aumentar o dano causado aos inimigos.

As batalhas dos kamikazes

Porta-aviões USS Bunker Hill após ser atingido por dois aviões kamikaze em 1945
Porta-aviões USS Bunker Hill após ser atingido por dois aviões kamikaze em 1945 Imagem: Governo dos EUA/Domínio Público
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Os kamikazes lutaram em várias disputas na Segunda Guerra Mundial. O principal conflito envolvendo esses pilotos foi a Batalha do Golfo de Leyte, em 1944. A partir dali, seu uso organizado se tornaria mais intensivo.

O conflito mais letal envolvendo kamikazes foi a batalha de Okinawa. Naquele momento em 1945, 5.000 militares dos EUA morreram após ataques japoneses, incluindo aqueles feitos por aviões kamikazes.

Estima-se que cerca de 3.900 pilotos kamikazes tenham morrido em ataques. Aliados contabilizariam um total de 6.190 mortes e 8.760 feridos nessas ofensivas.

Não dava para abortar a missão

Lançamento de um avião kamikaze MXY-7 Ohka a partir de um bombardeiro japonês
Lançamento de um avião kamikaze MXY-7 Ohka a partir de um bombardeiro japonês Imagem: Marinha dos EUA/Domínio Público

Entre os vários tipos de aeronaves, pilotos poderiam voar em uma espécie de míssil apelidado de baka. Um era o Yokosuka MXY-7 Ohka (Flor de Cerejeira).

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Ele era acoplado em um avião, que o lançaria de uma altura de 7,5 km. Uma vez dentro dele, os pilotos não tinham como sair, pois os bakas ficavam presos na barriga dos aviões até o momento do ataque.

Lançamento era feito a dezenas de quilômetros de distância. Os pilotos planavam nesses mísseis suicidas a até cerca de cinco quilômetros de afastamento dos alvos, momento em que acionavam foguetes que os faziam atingir velocidades superiores a 900 km/h.

Yokosuka MXY7-K1 Ohka, modelo de treino dos aviões kamikaze versão 11
Yokosuka MXY7-K1 Ohka, modelo de treino dos aviões kamikaze versão 11 Imagem: Força Aérea dos EUA

Carga explosiva no nariz da aeronave pesava mais de uma tonelada. O impacto nos alvos inimigos era garantido pela presença do piloto a bordo, que guiava a aeronave até o seu destino. Geralmente, o treinamento era rudimentar, sendo apenas o necessário para que conseguissem guiar as aeronaves até o impacto.

Outra aeronave muito utilizada nesse tipo de ataque foi o Mitsubishi A6M2 Zero. Segundo a Força Aérea dos EUA, esse modelo foi o mais utilizado nos ataques suicidas, mais que os bakas.

Mitsubishi A6M2 Zero, caça japonês que foi usado em ataques kamikaze a partir de 1944
Mitsubishi A6M2 Zero, caça japonês que foi usado em ataques kamikaze a partir de 1944 Imagem: Força Aérea dos EUA
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As disputas culminaram no lançamento das bombas atômicas em 1945. Os ataques dos EUA ao território japonês marcaram o fim da Segunda Guerra Mundial.

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A reportagem não esgota o tema e nem toca em todas as nuances daquele momento histórico. Como todos os assuntos envolvendo guerras, há uma enorme complexidade que nem sempre cabe em um curto espaço.

Fontes: Enciclopédia Britannica, National Interest, Museu da Força Aérea dos EUA, Museu Nacional da Segunda Guerra Mundial dos EUA, Museu Nacional do ar e do Espaço Smithsonian, Almanaque da Folha

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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