Presidente da Azul nega crise e cita proatividade na negociação de dívidas
Em vídeo distribuído internamente a cerca de 17 mil funcionários, o presidente-executivo (ou CEO, Chief Executive Officer, na sigla em inglês) da companhia aérea Azul, John Rodgerson, negou que a empresa esteja passando por uma crise financeira. A filmagem foi obtida pelo UOL, que confirmou a veracidade junto à empresa.
Em uma semana, desde a segunda-feira passada, as ações da empresa despencaram de R$ 7,59 para R$ 4,41. Foi ventilada na imprensa a possibilidade de a empresa estar estudando pedir recuperação judicial nos EUA, em um processo chamado Chapter 11, assim como a Latam e a Gol já fizeram —a primeira, em 2020, e a segunda, em janeiro deste ano.
Diante dessas notícias, o líder da empresa gravou um vídeo explicando a situação e a estratégia da companhia para tentar acalmar os colaboradores.
"Proatividade"
Na mensagem, Rodgerson diz que a empresa está sendo proativa em resolver possíveis futuros problemas. "Sim, nós estamos negociando com alguns de nossos credores. Isso é natural, faz parte do nosso negócio. [...] A gente tinha uma ideia para pagar toda a despesa de 2020 ao longo dos próximos anos, que começa a vencer no ano que vem. Mas, por causa da situação do dólar e por causa da situação de agora no país, a gente decidiu abrir uma negociação já para tentar pagar isso de outra forma", afirmou o executivo.
Esse cenário, continua Rodgerson, deu a entender que a empresa estaria passando por uma crise profunda. "[O procedimento deu margem] para as pessoas acharem que isso era a Azul quebrando. Não é isso. É a Azul sendo proativa, chamando nossos parceiros para a mesa para negociar de forma pacífica com eles", continuou o presidente da companhia.
"Gente, amanhã é um outro dia, e nós vamos continuar melhorando a Azul. Então, fiquem tranquilos. Tem muitas pessoas que dizem que vai ter demissão, vai ter licença, vai ter isso... Vamos continuar construindo a melhor empresa aérea do mundo. E se nós fizermos isso, nós vamos ser perfeitos e tranquilos. Nós já passamos por desafios no passado e vamos ter mais desafios na frente", disse Rodgerson.
Além do dólar, o executivo citou a interrupção temporária das operações em Porto Alegre (RS) devido às enchentes na capital gaúcha em maio e problemas com os fabricantes como "desafios". "Mas nós vamos passar por esta", diz Rodgerson. "O que eu diria para vocês é calma. É não acreditem em tudo o que vocês estão lendo. E lembrem-se de que nem todo mundo está torcendo pela Azul."
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