Bovespa sobe 6,58% em setembro; dólar tem menor cotação dos últimos 2 anos

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou em alta de 0,29%, aos 69.429,78 pontos, nesta quinta-feira (30). Esse é o maior patamar de fechamento em pontos desde abril. O giro financeiro do pregão foi de R$ 7,8 bilhões.

Com isso, o Ibovespa (principal índice da Bolsa paulista) encerrou o mês de setembro com valorização de 6,58%. No trimestre, a ascensão foi de 13,9%. No ano, o índice tem variação positiva de 1,23 %.

A escalada das Bolsas internacionais no mesmo período foi um dos fatores que impulsionou o Ibovespa. Em Nova York, o índice Dow Jones (que caiu 0,44% no dia) teve alta de 7,7% em setembro

A cotação do dólar comercial registrou o menor valor dos últimos dois anos e ficou abaixo de R$ 1,70. A moeda norte-americana fechou em queda de 0,76%, a R$ 1,692 na venda. Com isso, o dólar atingiu a menor cotação desde o dia 3 de setembro de 2008, quando fechou a R$ 1,678, antes do início da crise financeira global.

A maior alta do Ibovespa coube ao Santander (SANB11), com variação de 3,87%, a R$ 22,80. Na ponta de baixo, as ações da Fibria (FIBR3) perderam 3,14%, a R$ 29,26.

A ação preferencial (que possui preferência na hora de receber dividendos, mas não tem direito a voto) da Petrobras (PETR4), com o maior volume do pregão, teve queda de 0,76%, a R$ 27,29. A estatal acumula valorização de 3,8% na semana, após a conclusão da oferta de ações.

A partir de outubro, sem a expectativa causada pela capitalização da Petrobras, analistas do Bank of America Merrill Lynch apontam para tendência de alta do mercado.

"Mantemos nossa meta de 12 meses para o Ibovespa a 81 mil pontos, com base em: (1) crescimento médio de 25% dos lucros entre 2010 e 2011... (2) recuperação da economia global com expansão de 4,5% em 2010 e 3,9% em 2011, após queda de 0,7% em 2009; (3) juros reais baixos", afirmaram os analistas Renato Onishi, Pedro Martins Jr e Marina Valle, em relatório a clientes.

O pico histórico de fechamento do Ibovespa, de maio de 2008, é 73.516 pontos.

Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da corretora Souza Barros, chama a atenção para a possibilidade de uma correção no mercado global após eventuais surpresas.

"Nós podemos falar em Bolsa acima de 70 mil pontos em outubro, sim. Se tivermos até uma pequena recuperação da Petrobras em termos de preço, para R$ 30, a gente já vai ter a Bolsa acima de 70 mil pontos", disse à agência de notícias Reuters.

"Mas, se saírem números ruins nos EUA e na Europa, volta a cair. Estamos totalmente olhando o exterior; nosso cenário interno não consegue alavancar a bolsa", completou.

No próximo mês, o mercado monitora as pistas que o Federal Reserve (Fed, o banco centra norte-americano) pode dar sobre a política monetária. Investidores avaliam que, diante do crescimento ainda fraco, o Fed pode oferecer mais estímulos à economia na reunião do início de novembro.

Bolsas asiáticas

Na Europa, as principais Bolsas fecharam no vermelho. Londres teve queda de 0,37%, Frankfurt caiu 0,29% e Paris recuou 0,59%.

As Bolsas de Valores da Ásia operaram sem rumo comum, com alguns mercados fazendo uma pausa após o forte rali de setembro. A Bolsa de Tóquio perdeu 2%. Hong Kong fechou praticamente estável. E, Xangai subiu 1,72%. 

(Com informações de Reuters)