Cteep não vê vantagem em renovar concessão e ações disparam 10%
A ação da Cteep (TRPL4) teve a maior alta diária em quatro anos nesta terça-feira (13), um dia após a transmissora de energia ter informado que vai propor aos acionistas que rejeitem a renovação antecipada da concessão elétrica que vence em 2015.
O papel saltou 9,93%, a R$ 32,65, enquanto o principal índice acionário da bolsa paulista, o Ibovespa, teve alta de 0,74%. Mas a ação está longe de se recuperar do tombo recente --no ano, a ação da Cteep acumula desvalorização de 40,3%.
Um dos fatores que levaram à decisão da Cteep de propor aos acionistas que rejeitem a renovação antecipada da concessão é o fato de a proposta do governo federal desconsiderar investimentos importantes feitos pela transmissora, segundo o diretor-presidente da Cteep, Cesar Ramireé.
"A proposta feita pelo governo desconsidera investimentos feitos que são importantes", disse ele em teleconferência nesta terça-feira.
Segundo Ramireé, a companhia possui cálculos de uma "indenização justa", considerando a diferença de valores entre ambos cenários --de entrega das concessões em 2015 ou em 30 anos.
Tais cálculos, que têm como base um estudo feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV), serão apresentados em assembleia programada para 3 de dezembro, quando os acionistas tomarão a decisão final sobre a renovação.
Em reunião na segunda-feira, o Conselho de Administração da Cteep decidiu que o melhor para a empresa é que "não seja realizada" a renovação da concessão nos termos e condições estabelecidas pelo governo federal.
Para diminuir a tarifa de energia paga pelo usuário final, o governo da presidente Dilma Rousseff está propondo a antecipação da renovação de concessões elétricas que venceriam de 2015 a 2017. Para isso, vai indenizar as concessionárias por investimentos não depreciados, e exigirá uma redução de cerca de 70% na receita obtida com esses ativos velhos.
De acordo com Ramireé, a opção por recomendar a rejeição aos sócios não foi unânime, mas "foi tomada pela maioria dos conselheiros".
Independentemente do que será decidido na assembleia programada para 3 de dezembro, o presidente da Cteep disse que a empresa planeja continuar participando de licitações para novos empreendimentos de transmissão de energia.
"A companhia tem hoje um número importante de concessões em operação e alguns projetos em construção... Continuaremos analisando opções, olhando e acompanhando leilões... vai depender das condições", afirmou.
Mais cedo nesta terça-feira, o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, classificou a decisão da Cteep como "lamentável".
(Com informações da Reuters)
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