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Dólar sobe a R$ 2,133, após agência ameaçar rebaixar nota do Brasil

Do UOL, em São Paulo

07/06/2013 17h26Atualizada em 07/06/2013 17h34

O dólar comercial fechou em alta de 0,48% nesta sexta-feira (7), a R$ 2,133 na venda. Apesar de ter avançado no dia, a moeda fechou a semana com queda de 0,45%, depois de ter acumulado cinco altas semanais seguidas.

Os investidores ficaram preocupados com a possibilidade de a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixar a nota de crédito do Brasil. A S&P revisou a perspectiva de "estável" para "negativa" para a nota, o que indica que o país pode ser rebaixado em algum momento dos próximos dois anos.

Um país com boa nota é visto como pagador confiável de suas dívidas com os investidores estrangeiros. No entanto, essa avaliação também é questionável.

As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.

Pouco após o início dos negócios, o dólar chegou a ultrapassar R$ 2,15, nível que deixou os investidores em alerta pela possibilidade de atuação do Banco Central, o que acabou não ocorrendo.

"A abordagem política heterodoxa [não convencional, considerada ousada pelo mercado] e intervencionista das autoridades nos últimos anos começou a erodir alguns pilares macroeconômicos e institucionais fundamentais do país", afirmou o diretor de pesquisa econômica para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, em nota.

Ele destacou no entanto, que recentes ações das autoridades brasileiras, como o foco do Banco Central no combate à inflação, a eliminação de controles de capital e menos intervencionismo no câmbio são bem-vindas e podem ajudar a recuperar a credibilidade perdida.

O governo brasileiro anunciou nesta semana a redução para zero da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimento estrangeiro em renda fixa, o que pode atrair dólares para o país num momento de fragilidade das contas externas e de valorização global do moeda norte-americana.

Somente em maio, o dólar avançou 7% e encostou em R$ 2,15, fazendo o BC intervir no último dia do mês com leilão equivalente a uma venda de dólares no mercado futuro para ajuda a puxar a cotação para baixo.