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Bolsa emenda 3ª queda e perde patamar de 100 mil pontos; dólar sobe 1,25%

NurPhoto via Getty Images
Imagem: NurPhoto via Getty Images

Do UOL, em São Paulo

27/10/2020 17h16Atualizada em 27/10/2020 17h27

Após passar uma semana acima dos 100 mil pontos, o Ibovespa emendou hoje sua terceira queda consecutiva, fechando o dia aos 99.605,54 pontos (-1,40%). A baixa é a pior registrada desde 2 de outubro, quando o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) recuou 1,53% (94.015,68 pontos).

Já o dólar terminou a sessão em alta, cotado a R$ 5,682 na venda (+1,25%). É a maior variação diária em quase um mês, desde 28 de setembro, quando a moeda norte-americana valorizou 1,42% (R$ 5,633) frente ao real.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Eleições e covid-19 preocupam

A disputa entre o presidente Donald Trump e Joe Biden está sendo atentamente acompanhada pelos investidores, que estão em busca de pistas sobre possíveis medidas de auxílio fiscal que poderiam ser adotadas depois que os Estados Unidos forem às urnas, em 3 de novembro.

Autoridades da Casa Branca e o Congresso dos EUA passaram os últimos meses sem conseguir chegar a um acordo sobre mais medidas de combate à pandemia, levantando dúvidas sobre a recuperação do emprego e da atividade empresarial da maior economia do mundo.

Enquanto isso, a covid-19 continua se espalhando nos EUA, gerando temores sobre uma possível imposição de restrições à atividade em algumas partes do país. Na Europa, países estão registrando números recordes de infecções, com autoridades da França buscando opções a lockdowns mais rigorosos.

Segundo João Leal, economista da Rio Bravo, as expectativas em relação às eleições americanas estão começando a crescer, com os investidores cautelosos em prever algum resultado, que não é claro no momento. Enquanto isso, "a atenção vai ao pacote fiscal, que pode apresentar avanço durante a semana".

Renda Cidadã no radar

No Brasil, as contas públicas continuam sendo uma preocupação para os investidores — uma pauta que deve ganhar força depois das eleições municipais. "O principal risco para o fiscal é em relação ao benefício social do governo: não há clareza sobre como será financiado", explicou Leal à Reuters.

Além das dúvidas sobre como o governo brasileiro conciliaria seu projeto de auxílio — batizado de Renda Cidadã — a um Orçamento apertado, impasses políticos em Brasília e um ambiente de juros extremamente baixos têm sido apontados como fatores de impulso para o dólar nos últimos meses.

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central começou hoje sua reunião para decidir os juros básicos da economia, e o resultado será divulgado amanhã. A expectativa é de que o Copom mantenha a taxa Selic em sua mínima histórica de 2%.

"O primeiro dia de reunião do Copom traz à autoridade monetária o desafio de alterar seu discurso insistente de abertura de espaço para futuros cortes de juros e definir por um 'fechamento definitivo da porta' no curto prazo, em meio aos desafios tanto inflacionários quanto fiscais", escreveu Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

(Com Reuters)