Bolsa acumula desvalorização de 3,32% em janeiro; dólar sobe 5,51% no mês
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, fechou em queda hoje (29). O índice caiu 3,21% aos 115.067,55 pontos, no menor patamar desde o dia 14 de dezembro do ano passado, quando atingiu 114.611,12 pontos.
Com isso, o Ibovespa fechou o mês de janeiro com perda de 3,32%, enquanto na semana houve uma queda de 1,97%. e de 3,32% em janeiro.
As ações da Braskem lideraram os ganhos na Bolsa, com 1,64% de alta. Na outra ponta, os papéis da CSN caíram 8,27%.
Ontem (28), o índice teve valorização de 2,59% aos 118.883,5 pontos.
Já o dólar comercial fechou hoje (29) em alta de 0,71% ante o real, cotado a R$ 5,475 na venda. Com o resultado de hoje, a moeda norte-americana subiu 5,51% no mês, apesar de ter acumulado queda de 0,08% na semana.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Ontem (28), a moeda norte-americana teve alta de 0,53% ante o real, cotado a R$ 5,436 na venda,
A atenção dos agentes do mercado hoje passava para a disseminação do coronavírus e o ritmo de imunização da população, com os investidores ansiosos pela superação da doença de forma a permitir uma retomada econômica.
"(A) cautela predomina e mercados operam sem direção única nesta sexta-feira. A aversão ao risco ganha força, diante de incertezas com o ritmo de vacinação contra covid-19", disseram analistas do Bradesco em nota à Reuters.
Além disso, "o mercado está aguardando dados econômicos importantes dos EUA, então os investidores estão em compasso de espera", explicou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho à Reuters, destacando também que Wall Street está sendo acompanhada de perto.
Segundo Rostagno, falas recentes de autoridades do governo contra a renovação do auxílio emergencial em resposta à covid-19 forneceram algum apoio à moeda brasileira, aliviando momentaneamente temores persistentes dos mercados em relação à saúde das contas públicas.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na quinta-feira que a continuidade do auxílio emergencial quebraria o Brasil e teria uma série de outras consequências desastrosas. Enquanto isso, "candidatos do governo às presidências da Câmara e do Senado ganharam força nesta última semana, o que reduziria o risco de impeachment e permitiria que Bolsonaro usasse seu capital político para negociar a agenda de reformas", disse Rostagno à Reuters.
Já a Bolsa acompanhou o mercado nos EUA, que também recuavam, afetadas por notícias relacionadas à vacina da Johnson & Johnson contra a covid-19, que divulgou hoje eficácia global de 66%, e preocupações em meio aos potenciais efeitos da disputa entre 'hedge funds' e investidores de varejo.
A avaliação da Guide Investimentos é de que os ativos internacionais devem voltar a apresentar movimentos de alta volatilidade enquanto não há novas informações para justificar uma continuidade mais intensa do fluxo comprador.
No Brasil, o desempenho do mercado pode ser comprometido com a pressão sentida por uma "greve dos caminhoneiros em potencial", afirmou a equipe da corretora em nota a clientes.
"Preocupa ainda a reação do governo, que pode tomar medidas de agrado ao grupo que comprometem o equilíbrio das contas públicas, como uma redução do PIS/Cofins sobre o óleo diesel sem contrapartida fiscal no lado das receitas ou gastos", disse a corretora à Reuters. A paralisação pode ocorrer na segunda-feira (1º).
(Com Reuters)
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