Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Bolsa recua 1,17%; dólar sobe no dia, mas fecha semana em queda, a R$ 5,457

Yuriko Nakao/Reuters
Imagem: Yuriko Nakao/Reuters

Do UOL*, em São Paulo

12/11/2021 17h25Atualizada em 12/11/2021 18h39

O dólar comercial subiu 0,98% hoje e fechou cotado a R$ 5,457 na venda. Mesmo com a alta, a moeda norte-americana terminou a semana com queda de 1,19%, no segundo recuo semanal seguido.

O Ibovespa fechou em queda de 1,17%, aos 106.334,54, após três avanços seguidos, puxado pela bateria de balanços que fez os papéis da Natura e Magazine Luiza despencarem. Entretanto, no balanço semanal, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) subiu 1,44%, emendando a segunda semana de valorização.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Final de semana prolongado e PEC dos Precatórios

Os investidores elevaram a cautela antes de um final de semana prolongado, já que na segunda-feira os mercados permanecerão fechados devido ao feriado, disse à Reuters Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos.

Investidores têm mostrado otimismo em relação ao andamento da PEC dos precatórios no Congresso desde terça-feira, quando foi aprovada em segundo pela Câmara dos Deputados. A proposta modifica a regra de pagamento dos precatórios —dívidas do governo cujo pagamento foi determinado pela Justiça. Por isso, foi apelidada de PEC do calote. Também altera o prazo de correção do teto de gastos pelo IPCA, o que é visto como futo no teto de gastos.

Em meio à percepção de que o governo vai, de qualquer maneira, fornecer auxílio à população de R$ 400 por família em 2022, quando o presidente Jair Bolsonaro deve tentar a reeleição, a PEC dos Precatórios passou a ser vista por muitos participantes do mercado como a alternativa de financiamento menos nociva à saúde das contas públicas.

Desaceleração do crescimento

Dados desta sexta-feira —que mostraram que o setor de serviços brasileiro registrou queda inesperada de 0,6% em setembro— também estavam no radar de investidores, uma vez que levantaram temores sobre desaceleração do crescimento econômico. Na quinta-feira, uma leitura já havia mostrado perdas acima do esperado no varejo.

Depois da divulgação dos dados desta manhã, o Credit Suisse passou a projetar encolhimento de 0,5% do PIB brasileiro em 2022.

Em meio ao atual ciclo de alta de juros do Banco Central, investidores começavam a se questionar sobre o que os números mais fracos do que o esperado representarão para a política monetária, uma vez que juros muito altos são vistos como prejudiciais à atividade econômica.

"Já podemos discutir (elevação) de 100 p.b. [1 ponto percentual] ao invés de 150 [1,5 ponto percentual] no próximo Copom?", disse em post no Twitter Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter.

Mas estrategistas do Citi disseram em relatório desta sexta-feira, publicado após a divulgação dos dados de serviços e varejo, que "o aumento significativo na inflação ao consumidor em outubro, junto a mais sinais de desancoragem das expectativas de inflação de longo prazo, está elevando as chances de movimento ainda mais agressivo" de aperto monetário na próxima reunião do Copom, em dezembro.

A taxa Selic está atualmente em 7,75% ao ano, após o BC ter promovido alta de 1,50 ponto percentual em seu último encontro de política monetária.

Juros mais altos no Brasil tendem a beneficiar a moeda brasileira. Alguns investidores atribuíram a desvalorização semanal do dólar à possibilidade de um BC mais duro

*Com Reuters