Bolsa cai mais de 1% e vai ao menor patamar em 1 mês; dólar sobe a R$ 4,925

O Ibovespa tombou 1,69% e chegou hoje aos 129.294,04 pontos — o menor patamar em mais de um mês, desde 12 de dezembro (126.403,03 pontos). Em janeiro, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) já recuou 3,65%.

Já o dólar emendou sua segunda alta consecutiva, esta de 1,22%, e fechou o dia vendido a R$ 4,925. No mês, a moeda americana acumula ganhos de 1,49% frente ao real.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Investidores estão menos otimistas quanto ao corte dos juros nos EUA. Neste momento, estão enfraquecidas as apostas de que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) vai começar a afrouxar sua política monetária em março. A perspectiva de que os juros americanos permanecerão em patamar elevado por mais tempo tende a afetar a atratividade de mercados emergentes, como o Brasil, uma vez que deixa moedas como o dólar mais rentáveis para investidores estrangeiros.

Divulgação de dados pressionou as moedas europeias frente ao dólar. A inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Alemanha acelerou para 3,7% em dezembro, depois de subir 3,2% no mês anterior. A taxa de desemprego do Reino Unido seguiu na mínima histórica de 4,2% no trimestre encerrado em novembro, mas o crescimento do salário semanal médio desacelerou para 6,6%. Isso aumenta as chances de relaxamento monetário por parte do Banco da Inglaterra (BoE), o que ajuda a enfraquecer a libra.

Paralelamente, o mercado monitora a escalada de tensões no Oriente Médio. A Guarda Revolucionária do Irã disse ter atacado a sede de espionagem de Israel em uma área residencial próxima ao consulado dos EUA. Os ataques ocorrem em meio a preocupações sobre a escalada de um conflito que se espalhou pelo Oriente Médio desde que a guerra entre Israel e Hamas começou, em 7 de outubro.

A gente vê um estresse na curva de juros americana, indicando que isso, de alguma forma, é também uma espécie de fuga para o seguro; o mercado, não só aqui no Brasil, mas no mundo inteiro, está comprando dólar para se proteger de um eventual aumento nas tensões no Oriente Médio.
Thiago Lourenço, da Manchester Investimentos, à Reuters

(*Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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