Bolsa sobe pelo 2º dia e volta aos 128 mil pontos; dólar fica em R$ 4,966

O Ibovespa emendou hoje sua segunda alta consecutiva, esta de 0,72%, e chegou aos 128.725,88 pontos. Em fevereiro, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) saltou 0,76%.

Já o dólar operou praticamente estável pelo segundo dia e fechou a sexta-feira (16) em leve queda de 0,04%, vendido a R$ 4,966. A moeda americana ainda acumula ganhos de 0,58% frente ao real no mês.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Mercado digere novos dados da inflação ao produtor nos EUA. O índice PPI subiu 0,3% em janeiro, superando a expectativa de alta de 0,1%, segundo pesquisa da Reuters. Os números surpreenderam e, aliados aos dados de inflação ao consumidor divulgados na terça (13), levaram operadores a adiarem ainda mais as apostas sobre o início do corte na taxa básica de juros americana.

Agora, projeções apontam para queda dos juros americanos em junho. Até a semana passada, maio era visto como mais provável. Antes disso, no final de 2023, a maioria dos investidores acreditava em um início da flexibilização monetária pelo Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) em março.

Juros estáveis nos EUA costumam beneficiar o dólar. Isso acontece porque, com os juros em patamar ainda elevado, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa americano, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed vai começar a reduzir os juros em breve tendem a impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.

O movimento do mercado de hoje se deu principalmente pelo maior apetite a risco. A taxa de juros alta nos EUA e a divulgação em sequência de dados fortes da economia americana demonstram a dificuldade que eles terão para baixar os juros por lá. A velha máxima 'compre ao som dos canhões e venda ao som dos violinos' pode estar fazendo sentido para muita gente.
Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital

(*Com Reuters)

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