Dólar fecha cotado a R$ 5,074 a espera do Copom; Bolsa fica estável

O dólar e a bolsa fecharam a primeira sessão da semana praticamente estáveis. A moeda norte-americana fechou com leve alta de 0,08%, cotado a R$ 5,074, nesta segunda-feira (6) em meio a um clima relativamente ameno no exterior e com ampla expectativa pela reunião de política monetária do Banco Central brasileiro.

Já o Ibovespa fechou o dia com leve queda de 0,03%, aos 128.465,69 pontos.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere- se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

O foco da semana está em falas de autoridades do Fed (Federal Reserve), o banco central dos EUA. Isso ocorre depois que, na semana passada, o chair do banco, Jerome Powell, descartou praticamente a possibilidade de novas altas dos juros este ano.

Além disso, dados de emprego mais fracos do que o esperado elevaram o otimismo global. Os números divulgados na sexta-feira (3) mantiveram vivas as esperanças de que o Fed corte sua taxa básica uma ou duas vezes em 2024.

Mercado espera que os membros do Fed que discursarão ao longo desta semana optem por cautela. Segundo Diego Costa, chefe de câmbio para Norte e Nordeste da B&T Câmbio, os investidores também aguardam que os membros do BC dos EUA peçam mais evidências de desaceleração da inflação e do mercado de trabalho.

Mercado brasileiro espera reunião de política monetária do Banco Central. O BC encerrará sua reunião de política monetária de dois dias na quarta-feira (8) em um cenário de incertezas renovadas que levou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, a abrir as portas em abril para o Copom reduzir o ritmo de cortes na Selic, atualmente em 10,75%, apesar de sua orientação futura mais recente ter indicado manutenção do ritmo de 0,50 ponto.

Economistas consultados em pesquisa da Reuters ficaram divididos quanto ao ritmo de afrouxamento monetário. A maioria agora acredita numa desaceleração para 0,25 ponto, embora parcela expressiva aposte na manutenção do passo de 0,50 ponto. Já probabilidades implícitas em contratos futuros de juros mostram quase 90% de chance de o BC cortar a Selic em apenas 0,25 ponto percentual nesta semana.

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Num geral, quanto mais o Federal Reserve cortar os juros e quanto menos o BC afrouxar a política monetária local, melhor para o real. Isso porque, quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e EUA, mais interessante fica a moeda doméstica para uso em estratégias de "carry trade", em que investidores tomam empréstimo em país de taxas baixas e aplicam esse dinheiro em mercado mais rentável.

No entanto, muitos participantes do mercado têm feito alertas. Para eles, caso a eventual decisão do BC de desacelerar o afrouxamento seja motivada por elevadas incertezas fiscais, isso poderia anular o efeito positivo de "carry" para o real, já que a saúde das contas públicas também é um fator levado em consideração para decisões de investimento.

(Com Reuters)

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