Empresa que faz camiseta com garrafa PET lança calça jeans e vira franquia
A Camiseta feita em PET, que produz roupas com material de garrafa reciclada, vai lançar em fevereiro sua linha de calça jeans também produzida com plástico. Além disso, vai iniciar o processo de abertura de franquia e mudar de nome.
A nova marca, no entanto, não foi revelada. "Vamos preparar o lançamento da franquia e do novo portfólio e divulgaremos todas as mudanças no momento certo", diz a administradora Silvia Prado, 43, dona da empresa.
As informações da franquia, como investimento inicial, faturamento, lucro médio mensal e prazo de retorno ainda não estão fechados. A empresa não tem loja própria, só revendedores.
Silvia Prado teve a ideia de abrir a companhia em 2008, após fazer um trabalho de conclusão do curso de administração de empresas sobre o descarte de garrafas PET e o impacto no meio ambiente. O negócio, que visa reciclar esse material, faturou R$ 750 mil, em 2014, e R$ 2 milhões no ano passado. O lucro não foi revelado.
Vendeu carro para começar
A empresária diz que vendeu o seu carro, na época avaliado em R$ 16 mil, para abrir a empresa. Ela convidou a amiga Vanda Barbosa Ferreira, 53, que havia acabado de ser demitida, para ser sua sócia. "Ela topou e usou o dinheiro da rescisão, R$ 15 mil, para iniciarmos o negócio."
No começo, a produção não era própria. As peças eram compradas de uma empresa de Santa Catarina e revendidas em São Paulo. "Queríamos sentir o mercado e avaliar se havia espaço. Vimos que o produto tinha boa aceitação e começamos a fabricação em 2010. A cada camiseta produzida, duas garrafas PET são retiradas do meio ambiente."
Prado afirma que, em 2015, a empresa recolheu 12 toneladas de garrafas PET. Para conseguir a matéria-prima, ela e a sócia criaram o movimento "Eu faço a diferença no mundo", que vai até as escolas explicar a importância da reciclagem e realizar campanhas. "A cada tonelada, nós entregamos 100 camisetas para a escola distribuir."
Atualmente, a empresa comercializa camisetas e regatas masculinas e femininas e camisetas de manga longa com ou sem capuz. O preço é único: R$ 49. Elas são encontradas na loja virtual e em 16 revendas espalhadas pelo país, além de simpósios, feiras e congressos ligados ao meio ambiente.
Riscos à saúde?
Para Paulo Marcelo Tavares Ribeiro, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa de São Paulo), o fato de ainda não haver um estudo mostrando se o contato do material da garrafa PET com o corpo traz riscos à saúde pode fazer as pessoas terem receio de comprar o produto.
"O PET é feito de derivados do petróleo, que é nocivo à saúde. E se ficarmos o dia todo com uma roupa com petróleo? Será que não poderá causar algum dano?"
Silvia Prado diz que as peças são feitas com 50% de fios de garrafa PET e 50% de algodão e que todo o material de PET é revestido com algodão e não há contato direto com a pele.
Apesar de ser conhecido por causa da fabricação de garrafas, o PET foi criado pela indústria têxtil para fazer tecido. Segundo o professor da Unesp, Sandro Mancini, por volta de 1940, a indústria desenvolveu o material para ser utilizado como fibra de roupas, durante a Segunda Guerra Mundial.
Ribeiro, do Sebrae, afirma que iniciar a expansão sem ter uma loja própria não traz o conhecimento necessário do negócio para garantir a segurança para um franqueado. "A empresa vai trabalhar com estimativas. O ideal é que ela tenha uma base sólida sobre o seu negócio para transmitir ao empresário interessado em adquirir uma loja da rede."
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