Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Açougue sem carne para vegano tem bacon de coco e linguiça e bife de feijão

Márcia Rodrigues

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/02/2017 04h00

Açougue que não vende carne? Esta é a proposta do No Bones, de São Paulo, e do Açougue Vegano, do Rio de Janeiro. Ambos têm como foco o público vegano -que não consome alimentos de origem animal- e vendem produtos que imitam carne. Entre eles, costelinha com molho barbecue, linguiça, bacon e kafta.

O No Bones foi criado, em 10 de dezembro do ano passado, pela arquiteta e chef de cozinha Marcella Izzo, 26, e o sócio, o publicitário Brunno Barbosa, 28, na garagem da casa dela. Eles investiram R$ 60 mil na reforma do local e na compra de equipamentos e mobiliário. A empresa não revela faturamento nem lucro.

O Açougue Vegano foi inaugurado, em 21 de janeiro, pelo publicitário e chef de cozinha Celso Fortes, 45, e pela chef Michelle Rodriguez, 32. Eles investiram R$ 35 mil em equipamentos e mobiliário. No pré-lançamento, feito apenas para amigos, eles venderam todo o estoque de 3.000 itens que tinham produzido para um mês.

Chef começou cozinhando para amigos

Izzo é vegana e teve a ideia de criar o No Bones por não encontrar uma variedade de produtos veganos saborosos. "Eu trabalhava em casa e comecei a procurar receitas para fazer os meus pratos. Passei a convidar os amigos para provarem minhas invenções, eles gostaram e começaram a fazer encomendas."

O cardápio do açougue tem 30 opções de pratos.  O mais caro é a costela barbecue, feita com cogumelo eryngui (R$ 39,90), e os mais baratos são a coxinha de jaca (R$ 5,90, a unidade) e a empada de shimeji (R$ 5,90, a unidade). Há, ainda:

  • Salsicha de batata com tomate seco (R$ 14,90, o pacote com quatro unidades),
  • Linguiça de feijão (R$ 12,90, o pacote com duas unidades),
  • Hambúrgueres de quinoa, grão de bico, feijão azuki ou lentilha com gengibre, que custam de R$ 6,90 a R$ 9,90,
  • Caveman meat, prato que imita a carne do "homem das cavernas". O bife é feito de feijão e especiarias e o osso, de mandioca (R$ 29,90), e
  • Espetinhos de soja (R$ 12,90, o pacote com quatro unidades)

A maioria dos produtos é vendida para consumir em casa. No local, são servidos, apenas, coxinha e empada.

Dono é carnívoro, mas gosta de opções saudáveis

Apesar de ser carnívoro, Fortes, do Açougue Vegano, afirma que sempre conviveu com vegetarianos e que consome mais legumes e verduras do que carne no seu dia a dia. "Não consegui abandonar a carne totalmente, mas como 90% menos hoje em dia. A minha sócia é vegana e sentíamos que faltavam novidades no mercado."

Atualmente, o açougue só funciona aos fins de semana. "Já contratamos pessoal, mas ainda não estamos conseguindo dar conta da demanda, mesmo tendo seis funcionários nos ajudando na produção." A previsão é que o estabelecimento comece a funcionar de terça-feira a domingo, a partir do dia 21 de fevereiro.

O cardápio tem 18 itens. A meta é chegar a 30 até o fim do ano, segundo o empresário. "Já recebemos proposta para abrir uma loja em um shopping center de São Paulo. A previsão é que ela comece a funcionar em maio."

O produto mais caro vendido pela empresa é o bacon de coco (R$ 19,90, o pacote com 80 g) e os mais baratos são:

  • Espetinhos de soja e de linguiça de soja (R$ 6,90, a unidade com 85 g)
  • Coxinhas de espinafre e de legumes (R$ 6,90)
  • Kibe de espinafre com tofu (R$ 6,90)

Entre os produtos, há também:

  • Coxinha de jaca (R$ 7,90)
  • Hambúrguer de shitake e shimeji (R$ 8,90, a unidade com  150 g)
  • Kafta de shimeji e shitake (R$ 23, o pacote com três unidades)

Assim como no No Bones, a maioria dos produtos é vendida para consumir em casa. No local são servidos espetinhos de soja e kafta de shimeji e shitake. A empresa também não revela faturamento nem lucro.

Público vegetariano e vegano está crescendo

Para Wilson Borges, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo),  o consumidor que é vegano e vegetariano é carente de novidades.

"É um público que está crescendo e não quer apenas comer salada ou legumes. Ele também é apreciador da boa comida. Por isso quem produzir alimentos com mistura de ingredientes e trouxer novos sabores ao mercado tem grande chance de atingir o sucesso."

Consumidor é mais exigente

Borges diz que o desafio para os empreendedores do setor é encontrar bons fornecedores, que garantam não usar nada de origem animal em todo o seu processo produtivo e que ofereçam preços competitivos.

"O vegano, principalmente, faz questão de se certificar que está comendo um alimento que não tem nada de origem animal. Por isso, apresentar selo de qualidade do produto é muito importante para esse público. Encontrar um fornecedor com essas características e com um bom preço, pode ser uma dificuldade para o negócio."

Onde encontrar:

No Bones - http://www.nobones.life
Açougue Vegano - http://acouguevegano.com.br/

 

João Gordo responde 6 perguntas que vegetarianos não aguentam mais ouvir

UOL Entretenimento