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Participação do negro no mercado melhora em SP, mas salário é 34,7% menor

Pedro Amatuzzi/Sigmapress/Estadão Conteúdo
Imagem: Pedro Amatuzzi/Sigmapress/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

20/11/2014 06h00

A participação dos negros no mercado de trabalho na região metropolitana de São Paulo subiu um ponto percentual entre 2012 e 2013, mas o salário ainda é 34,7% menor que o de não negros (brancos e asiáticos). 

Isso é o que aponta estudo do Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), divulgado por causa do Dia da Consciência Negra, comemorado nesta quinta-feira (20).

Os dados são do ano passado, mas foram liberados só agora pelo Seade.

Em 2013, 35,2% dos ocupados eram negros, aumento de um ponto percentual em relação a 2012.

Salário de negros é pior

A diferença no salário dos dois grupos ainda é grande. Em 2013, o rendimento médio por hora de trabalho dos negros foi de R$ 7,98, valor 34,7% menor que o de não negros, que receberam R$ 12,22 por hora.

O estudo destaca, porém, que a diferença nessa relação melhorou um pouco em comparação com 2012. Naquele ano, o salário dos negros era 36,9% menor (R$ 7,30 contra R$ 11,56). 

Cresce diferença do nível de desemprego

Entre 2012 e 2013, o nível de desemprego entre negros caiu de 12,4% para 12%, enquanto o de brancos e asiáticos variou de 10% para 9,4%. A diferença entre os níveis aumentou de 2,4 para 2,6 pontos percentuais.

Segundo Márcia Halben Guerra, analista do Seade, o aumento da participação do negro no mercado de trabalho nos últimos anos está diretamente ligado ao crescimento econômico do país.

"Ainda assim, isso não resolve o problema. São necessárias políticas públicas para que essas diferenças caiam".

Negros têm menos empregos com carteira assinada

Márcia Guerra também afirma que os negros ocupam mais postos de trabalho sem carteira assinada ou não regulamentados, que são posições mais frágeis, com menos direitos trabalhistas e salários piores.

Segundo o estudo, 34,9% dos negros assalariados estavam nessas condições, somando os dados de trabalhadores do setor privado sem carteira assinada, autônomos e empregados domésticos.

No mesmo período, 29,2% dos não negros ocupavam essas posições. Entre 2012 e 2013, os números de trabalhadores nessas condições diminuiu nos dois grupos.