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Funcionários das 4 fábricas da Volks aceitaram programa que reduz salários

Divulgação
Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

21/10/2015 15h37Atualizada em 23/10/2015 11h40

As quatro fábricas de carros da Volkswagen no Brasil aprovaram o PPE (Programa de Proteção ao Emprego), medida criada pelo governo que permite reduzir temporariamente a jornada de trabalho e o salário dos funcionários. 

Nesta semana, o governo autorizou a adesão da fábrica da Volkswagen de Taubaté (SP), e os trabalhadores da unidade de São José dos Pinhais (PR) aceitaram participar do programa. A empresa diz que já enviou o pedido de adesão da fábrica paranaense ao Ministério do Trabalho.

O acordo entre empresas e trabalhadores é um dos termos necessários para que o PPE seja colocado em prática.

A adesão de outras duas unidades que produzem carros e equipamentos, de São Bernardo do Campo (SP) e São Carlos (SP), já tinha sido aprovada pelo governo.

Nas quatro fábricas, a redução será de 20% da jornada e dos salários. Com os recursos do governo, a perda salarial sentida pelos trabalhadores deve ser de 10%.

Além da Volkswagen, outras empresas do setor automobilístico já aderiram ao PPE, como a Ford e a Mercedes-Benz.

Taubaté (SP)

volks - taubaté - Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress - 25.11.2014 - Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress - 25.11.2014
Imagem: Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress - 25.11.2014

O acordo foi publicado no Diário Oficial na última segunda-feira (19) e prevê a redução de 20% na jornada de trabalho e nos salários de quase 95% dos cerca de 5.000 trabalhadores da fábrica, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região.

A entidade diz que até a próxima sexta-feira serão definidos detalhes de como o programa será colocado em prática.

A adesão ao PPE tinha sido aprovada em assembleia dos funcionários da Volks em agosto. 

A unidade produz os modelos Gol, Up! e Voyage.

São José dos Pinhais (PR)

volks - são josé dos pinhais - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Em assembleia na última segunda-feira, os trabalhadores da unidade de São José dos Pinhais aprovaram a adesão ao programa. Cerca de 3.500 funcionários terão redução de 20% na jornada de trabalho e nos salários, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.

A Volkswagen disse que já encaminhou o pedido de adesão ao governo.

Atualmente, são produzidos 460 veículos por dia, sendo que a capacidade da fábrica é de 840 por dia, segundo o sindicato.

Os modelos produzidos são Fox, Crossfox, Space Fox, Golf e Audi A3. Segundo o sindicato, em 2016 começa também a produção do Audi Q3. Além do mercado interno, a montadora produz para Argentina, Venezuela, Chile e México.

São Bernardo do Campo (SP)

volks - são bernardo - André Deliberato/UOL - André Deliberato/UOL
Imagem: André Deliberato/UOL

Os trabalhadores da unidade da Volkswagen de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, aprovaram o PPE no dia 17 de setembro. Segundo a montadora, ele já está em vigor.

A medida terá duração de seis meses a partir de 1º de outubro, prorrogáveis por mais seis meses. A redução na jornada de trabalho e salário será de 20%. 

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, 9.300 trabalhadores foram incluídos no programa. Na unidade, é produzido o Gol, o Saveiro e o Jetta.

São Carlos (SP)

volks - são carlos - Leonardo Felix/UOL - Leonardo Felix/UOL
Imagem: Leonardo Felix/UOL

Os cerca de 900 trabalhadores da Volkswagen de São Carlos aprovaram a adesão ao PPE no final de setembro e o programa já foi colocado em prática, segundo a montadora.

A duração do PPE será de seis meses, prorrogáveis por mais seis meses. A redução na jornada de trabalho e nos salário será de 20%, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos.

O sindicato afirma que, atualmente, a fábrica produz 2.250 motores por dia. Até julho de 2014, quando medidas de redução da produção começaram a ser adotadas, eram feitos 3.800 por dia.

Programa tenta conter demissões

O PPE foi criado pelo governo por meio de medida provisória como medida para tentar conter demissões em alguns setores durante a crise. O programa permite que as empresas diminuam temporariamente em até 30% a jornada de trabalho; o salário deve ser reduzido proporcionalmente, em até 30%.

O governo banca metade desse valor reduzido do salário com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), com limite de até R$ 900,84.

Os trabalhadores não poderão ser demitidos durante o tempo em que estiverem no programa. No final do período, o vínculo trabalhista deve ser mantido ainda pelo prazo equivalente a um terço do período da adesão.