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Sem trabalhador especializado, Brasil sofre, diz empresa de busca de vagas

Carmen Bryant, diretora para as Américas da Indeed, empresa de busca de vagas - Divulgação Experience Club/Marcos Mesquita
Carmen Bryant, diretora para as Américas da Indeed, empresa de busca de vagas Imagem: Divulgação Experience Club/Marcos Mesquita

Armando Pereira Filho

Do UOL, em Mata de São João (BA)

10/09/2017 11h16

A competividade do Brasil é afetada pela falta de mão de obra especializada em tecnologia, num mundo em que todas as empresas estarão incluídas nesse setor. Para enfrentar isso, será preciso investir em muita educação, oferecer mais flexibilidade (como trabalhar de casa) e até mudar a política de imigração.

A avaliação é de Carmen Bryant, diretora para as Américas da Indeed, empresa multinacional de busca de vagas. Ela fez uma palestra no sábado (9), durante o Fórum CEO Brasil, do Experience Club, na Praia do Forte, município de Mata de São João (BA). Participaram do evento cerca de cem presidentes de empresas brasileiras e multinacionais.

"A falta de talentos é permanente no Brasil e é preciso investir em educação e mudar a política de imigração para atender à demanda crescente de empregos qualificados", afirmou.

Segundo ela, "profissionais talentosos podem ajudar o crescimento econômico do país."

Mudanças dramáticas no emprego no Brasil

Ela disse que o mundo do trabalho está passando por um grande momento de mudança, em razão do uso da internet e da proliferação de softwares em todas as atividades.

"Existem seis grandes tendências no mundo que vão mudar dramaticamente o emprego no Brasil", declara.

Eis as seis tendências:

1. Toda companhia vai virar de tecnologia

Não só indústrias, mas até uma cafeteria vai ser uma empresa de tecnologia. A falta de profissionais talentosos em tecnologia vai retardar o crescimento econômico.

Ela diz que no Brasil é muito difícil encontrar engenheiros de software, por exemplo.

2. Softwares especializados exigem mais especializações

Todo mundo vai precisar ter algum conhecimento de tecnologia. Carmen Bryant mostrou um anúncio na plataforma Indeed que procurava um mâitre com conhecimentos de Oracle (ferramenta de bancos de dados).

3. O mercado vai ter espaço só para dois tipos de profissional: o altamente especializado e os outros todos

Apesar de haver desemprego alto no Brasil, há vagas que não conseguem ser preenchidas, por falta de gente formada em tecnologia.

4. Opções de trabalho flexíveis estão ficando mais populares

As pessoas, quando buscam trabalho, procuram primeiro pelo salário, depois pela localização, e, em terceiro, pela flexibilidade, segundo Bryant. Isso significa, por exemplo, ter uma jornada com horários livres e trabalhar de casa.

5. Os profissionais qualificados não se prendem a um país

Quem tem boa formação procura trabalho em vários países. Entre os brasileiros especializados, os destinos preferidos são EUA, Portugal, França e Canadá.

Um em cada 50 brasileios procura trabalhos no exterior, segundo ela. Se não houver uma política de atração, o país perde talentos.

6. A busca por emprego nunca termina

Os jovens profissionais, e até de outras idades, estão cada vez mais procurando empregos, mesmo quando conseguem um. Na base de dados do Indee, 65% dos que conseguem um emprego voltam a buscar um outro apenas três meses, em média, após serem contratados.