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Moedas estrangeiras

Dólar: comercial e turismo, onde comprar e vender, como pesquisar preços

Do UOL, em São Paulo

17/12/2019 23h26

O dólar americano teve sua primeira "versão" criada no século 18 e hoje é a principal moeda estrangeira do mundo.

Saiba mais sobre o dólar, sua cotação em relação ao real e como funciona a compra e venda da moeda.

Entenda como funciona o câmbio do dólar

UOL Notícias

O que é dólar comercial?

Dólar comercial é o nome dado informalmente à cotação usada em importações e exportações. A cotação muda várias vezes ao dia.

O que é dólar turismo?

Dólar turismo é o nome dado informalmente à cotação usada na compra de dólar para viagem. Também muda várias vezes ao dia e costuma ser um pouco maior do que o dólar comercial.

O que é dólar paralelo?

Como o nome diz, é o dólar que circula em um mercado paralelo, não oficial. É negociado por entidades ou pessoas que não têm autorização para vender a moeda. Essa negociação é considerada ilícita. A cotação do dólar paralelo costuma ser maior do que a do dólar oficial.

Quem pode vender e comprar dólar?

Bancos, corretoras, agências de turismo e hotéis podem comprar e vender dólar no Brasil. A lista de agentes autorizados pode ser consultada no site do Banco Central.

Como se define a taxa de câmbio?

A taxa de câmbio é flexível desde 1999. Isso significa que ela é negociada livremente por quem compra e quem vende.

O Banco Central divulga, todos os dias, uma média da taxa praticada entre os bancos (Ptax), mas ela serve apenas como referência e não é obrigatória.

Vou viajar. Como posso comprar moeda estrangeira?

A moeda pode ser comprada em papel, traveller's check (um cheque registrado por emissores autorizados) ou cartão de débito. Se tiver um cartão de crédito internacional, o turista pode usá-lo para fazer compras no exterior.

Onde é mais barato comprar dólar?

Geralmente, quem compra dólar no banco do qual é correntista paga taxas menores. Quem deixa para comprar no aeroporto, pouco antes de embarcar, paga mais.

Alguns sites e aplicativos buscam a melhor cotação tanto para compra de dinheiro vivo (moeda em espécie) como de cartão pré-pago, e ajudam a comprar moeda estrangeira mais barata. Algumas ferramentas permitem, inclusive, fechar o negócio na hora, com segurança, e ainda receber o dinheiro em casa.

Leia também: Sites e apps ajudam a comprar dólar mais barato

Devo considerar a taxa de compra ou de venda?

A taxa de venda é o preço cobrado pela instituição, como o banco ou a casa de câmbio, para vender a moeda estrangeira. A taxa de compra é o preço que a instituição paga quando compra a moeda.

Ou seja: ao comprar dólar para viajar, por exemplo, o consumidor vai pagar a taxa de venda (o valor pelo qual o banco vende aquela moeda).

Por que a cotação que pago é diferente daquelas divulgadas pelo Banco Central e pelos meios de comunicação?

A cotação divulgada oficialmente pelo Banco Central (Ptax) é apenas uma referência e não precisa ser, obrigatoriamente, usada pelas instituições que fazem a venda.

Os meios de comunicação divulgam cotações cobradas na venda de moeda para viagem (dólar turismo) e em transações comerciais (dólar comercial), mas as instituições cobram, em cima desses valores, uma taxa pelo serviço.

Leia também: Por que o dólar que eu compro é sempre mais caro?

Uma mesma corretora pode cobrar cotações diferentes?

Sim. Como o dólar é livre no país, a corretora pode cobrar uma cotação para venda por telefone, outra pela internet e outra em loja física, por exemplo. Também pode oferecer uma cotação melhor para um cliente que for comprar uma quantidade maior de moeda.

Que impostos são cobrados na compra de dólar?

Quem compra dólar, carrega um cartão de débito ou faz pagamentos no cartão de crédito nessa moeda, no exterior ou via internet, precisa pagar IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre o valor. A alíquota varia de acordo com a forma de compra:

  • Dinheiro vivo: o IOF é de 1,1% sobre o valor total da moeda comprada
  • Cartão de débito: o IOF é de 6,38% sobre o valor total com que o cartão foi carregado
  • Cartão de crédito: o IOF é de 6,38% sobre o valor da compra feita em dólar. Se a compra for feita em outra moeda estrangeira, o valor será convertido para dólar e o cálculo será feito a partir dessa conversão.

Leia também: Deixou para comprar dólar na última hora? Dica de IOF ajuda

Voltei de viagem e trouxe dólares comigo. Posso guardá-los em casa?

Sim. Quem viaja e traz dólares de volta, porém, precisa declarar esse valor no Imposto de Renda, na ficha "Bens e Direitos".

Fiz uma compra no exterior com cartão de crédito. Que cotação vou pagar?

Atualmente, o mais comum é os bancos cobrarem o valor do dólar na data de fechamento da fatura, mas isso pode variar de uma instituição para outra. É preciso consultar o contrato do seu cartão de crédito.

A partir de 1º de março de 2020, a cotação do dólar usada para gastos no cartão de crédito no exterior será a do dia em que a compra foi feita.

O que faz o dólar cair?

Se existe muita oferta de dólar no mercado interno, a cotação da moeda tende a cair. Isso acontece se os juros estão altos, por exemplo, o que atrai investidores e faz com que mais moeda estrangeira entre em circulação.

O que faz o dólar subir?

O dólar sobe quando existe pouca oferta de moeda no mercado interno. Isso pode ser resultado de fatores como juros muito baixos e inflação muito alta, que afastam o investidor estrangeiro.

SAIBA MAIS SOBRE A MOEDA

Dólar é a moeda oficial de onde?

Além dos EUA, o dólar norte-americano é moeda oficial de outros países, como Timor Leste, Equador, El Salvador, Ilhas Marshal, Micronésia, Palau e Zimbábue. Apesar de essas nações terem adotado a moeda, elas não têm controle sobre ela. A política monetária é responsabilidade apenas do Federal Reserve, o banco central dos EUA.

Quando o dólar foi criado?

Logo após os EUA declararem independência, em 1776, o país entrou em guerra com as forças britânicas. Como a luta gerou muitos gastos, o Congresso Continental (nome dado ao poder legislativo da época) autorizou a emissão de "notas promissórias" para financiar a defesa do país. As moedas ficaram conhecidas como "dólares continentais". Ao final do conflito, os dólares continentais já não tinham mais valor.

Quando o dólar começou a circular?

O dólar como conhecemos hoje começou a circular em 1792, quando a República dos Estados Unidos criou uma casa da moeda e instituiu uma moeda única, a fim de tentar estabilizar a economia, fragilizada após o período de independência.

De acordo com o banco central dos EUA, no entanto, foi só a partir de 1861, durante a Guerra Civil, que o departamento do Tesouro passou a emitir cédulas parecidas com as atuais, com tonalidades verdes, gravuras em linha fina e recursos para impedir a falsificação.

Por que a moeda norte-americana se chama dólar?

O termo "dólar" é derivado de "joachimsthaler", nome dado a uma moeda de prata produzida no século 16 na região da atual República Tcheca, segundo o dicionário Oxford. Essa palavra, cuja abreviação é "táler", popularizou-se pela Europa e passou a ser usadas para designar moedas de colônias hispano-americanas e britânicas, até ser adotada nos EUA na época da colonização do país.

Quantos dólares estão em circulação?

De acordo com o banco central norte-americano, até 26 de dezembro de 2018 havia aproximadamente US$ 1,72 trilhão em circulação em todo o mundo.

Há um grande volume de dólares guardado por outros países em reservas internacionais (depósitos feitos em dinheiro estrangeiro). De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), os bancos centrais do mundo mantêm em dólar 61,9% de suas reservas -em torno de US$ 6,63 bilhões.

Qual o símbolo do dólar?

O símbolo do dólar é o $ ou o US$.

O código ISO 4217, padrão criado pela International Organization for Standardization (Organização Internacional de Padronização) para designar as moedas correntes, é USD. O do Brasil é BRL.

Como o dólar se divide?

Um dólar é dividido em 100 cents, cujo símbolo é ¢. Como no Brasil, há cédulas e moedas. As notas, impressas pelo Bureau of Engraving and Printing (agência norte-americana que faz impressão), são de $ 1, $ 2, $ 5, $ 10, $ 20, $ 50 e $ 100. As moedas, confeccionadas pela U.S. Mint (casa da moeda norte-americana), são de 1 ¢, 5 ¢, 10 ¢, 25 ¢, 50 ¢ e $ 1.

Leia também: Nota de dólar tem relação com Illuminati e maçonaria?

Fontes: Programa de educação sobre moeda do Fed, Dicionário Oxford, Fundo Monetário Internacional (FMI), Celso Grisi, professor de Economia da FIA, Ricardo Rocha, professor de Finanças do Insper, Felipe Pellegrini, gerente da Confidence Câmbio.

(Reportagem de Lucas Marins, colaboração para o UOL, em Curitiba)

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