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IPTU e IPVA: vale a pena fazer empréstimo para pagar à vista?

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Sophia Camargo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

02/01/2017 06h00

Mal começa o ano e grandes despesas começam a chegar. prestações do Natal, material escolar, férias, IPVA e IPTU.

No Estado de São Paulo, o IPVA começa a ser cobrado na segunda-feira (9), para os carros que têm placa final 1. Os boletos do IPTU devem começar a chegar na segunda quinzena do mês.

O diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel Ribeiro de Oliveira, e o educador financeiro André Massaro indicam que, para quem economizou e tem dinheiro aplicado, a melhor opção é pagar à vista, para aproveitar os descontos.

Quem não tem dinheiro para pagar tudo de uma vez precisa avaliar se vale parcelar ou pegar um empréstimo no banco para quitar à vista.  O mais importante é não se endividar no cheque especial, pois as taxas de juros estão altíssimas.

Veja as dicas a seguir:

Pague à vista
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Em São Paulo, vale a pena pagar IPVA e IPTU, mesmo se tiver de tirar dinheiro de investimentos.

Quem pagar o IPVA à vista tem desconto de 3%. Um imposto de R$ 1.000, por exemplo, sai a R$ 970. A outra opção é pagar em até três vezes. Fazendo as contas, Ribeiro de Oliveira diz que isso significa uma taxa de juros de 3,13% ao mês.

Se for pagar IPTU na cidade de São Paulo, o desconto é um pouco maior: 4%. Nesse caso, o imposto de R$ 1.000 fica, à vista, por R$ 960. Ou dez parcelas de R$ 100. 

Se parcelar em dez vezes, os juros são de 0,92% ao mês. Para saber se vale a pena retirar o dinheiro do investimento e pagar à vista, é preciso comparar os juros da prestação e a rentabilidade das aplicações.

Segundo Oliveira, fundos DI estão rendendo cerca de 1,13% ao mês, sem descontar os impostos e taxa de administração. Quando desconta tudo isso, o rendimento cai a 0,87%. A poupança tem um rendimento ainda menor: 0,68% ao mês.

Então, vale a pena tirar o dinheiro da aplicação para quitar os débitos à vista.

"As taxas de juros estão em queda, o que significa que o rendimento vai cair mais ainda. Vale muito a pena pagar o IPVA à vista e, apesar da pequena diferença entre as taxas, também vale a pena quitar o IPTU, se tiver dinheiro", diz Oliveira.

Parcelamento ou financiamento?
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Se não tiver o dinheiro à vista, será melhor pegar um empréstimo ou pagar parcelado?

Aqui também é preciso fazer as contas e comparar os juros cobrados pelos bancos com aqueles cobrados pelos governos.

Segundo Oliveira, a taxa média dos juros do empréstimo pessoal está em 4,62% ao mês, enquanto a taxa do consignado está, em média, 2,30%, segundo pesquisa de juros da Anefac em novembro.

Nesse caso, se o consumidor conseguir um empréstimo consignado a juros de 2,30% ou a uma taxa ainda menor, será vantagem tomar o empréstimo e quitar o IPVA à vista, pois os juros em São Paulo, são de 3,13%. Se for um empréstimo pessoal, não vale a pena, pois a taxa é mais cara.

O mesmo não vale para o IPTU. Como os juros nesse caso são de 0,92% ao mês, vale a pena usar o parcelamento da prefeitura.

Quem está no vermelho
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Quem já está endividado, precisa pagar o imposto, mas não pode entrar no cheque especial ou no rotativo do cartão de crédito, cujas taxas de juros estão, respectivamente, em 12,56% ao mês e 15,43% ao mês.

É preferível fazer um empréstimo pessoal ou consignado, que têm juros menores.

A punição para quem não paga o imposto é bem amarga. A multa é de 20%, além de juros cobrados pela taxa Selic, que hoje está em 13,75% ao ano.

"Não pagar não é opção. A multa é muito cara e o risco é alto de a pessoa ainda ter o carro apreendido", diz Massaro.

Planeje com antecedência
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Ambos os especialistas dizem que o melhor a fazer para evitar essas despesas altas no início do ano é calcular os gastos que terá e economizar um pouco por mês para que, em janeiro do próximo ano, o impacto no orçamento não seja tão grande. 

Supondo que o IPTU seja de R$ 1.200, é mais fácil guardar R$ 100 durante 12 meses do que ter de separar R$ 1.200 em janeiro, quando todas as contas se acumulam. 

"A melhor forma de não chegar ao final do ano endividado é não começar o ano endividado", diz Massaro.