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Quer saber em que ação investir pós-eleição de Bolsonaro? Analistas avaliam

Téo Takar

Do UOL, em São Paulo

30/10/2018 12h00

A eleição de Jair Bolsonaro (PSL) no domingo (28) reduziu a incerteza política, abrindo espaço para que investidores aumentem suas apostas em ações na Bolsa, de olho na possível recuperação da economia no ano que vem.

A Bolsa vem subindo nas últimas semanas e acumula alta de 5,61% em outubro porque o mercado financeiro já operava com a perspectiva de vitória de Bolsonaro. As compras de ações se concentraram no chamado "kit eleições", que inclui as estatais Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil e também os bancos privados Itaú e Bradesco, que são os papéis mais líquidos (negociados) da B3.

Isso não quer dizer que nos próximos dias a Bolsa não caia, por causa de movimento de investidores tentando lucrar no curto prazo, como aconteceu nesta segunda (29). Os analistas estão fazendo projeções para o médio e longo prazo.

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Analistas afirmam que, mesma com as altas recentes, ainda há papéis com bom potencial de valorização, especialmente para quem pretende investir a longo prazo, pensando em um período superior a dois anos.

Estatais devem continuar em alta

Filipe Villegas, analista da Genial Investimentos, disse acreditar que as estatais devem continuar em alta no longo prazo. "Mesmo que as privatizações não saiam do papel, as ações devem subir com expectativa de melhora na gestão, maior transparência e redução da interferência política."

Aposta na economia doméstica

Pedro Galdi, analista da corretora Mirae, recomenda a compra de ações de bancos e de outros setores ligados à economia doméstica, como construtoras, concessionárias de rodovias, geradoras de energia e varejistas de roupas, eletrodomésticos e alimentos. "Se a economia engrenar em 2019, as ações ligadas ao consumo doméstico devem andar bem."

Siderúrgicas também se beneficiam

Villegas disse que o setor siderúrgico também é uma aposta interessante porque deve ocorrer a retomada dos projetos de infraestrutura e aumento nas vendas de bens duráveis, como automóveis e eletrodomésticos. Todos esses ramos aumentam a procura por aço.

Evite ações ligadas ao dólar

Ações de empresas exportadoras ou com receitas atreladas ao dólar, como Vale, Fibria, Suzano e Embraer, podem cair nas próximas sessões. Por isso, não devem ser compradas pelo investidor neste momento, recomendam os analistas.

"Essas ações funcionam como proteção da carteira de investimento em momentos de volatilidade. Com a definição do quadro eleitoral, a tendência é que os investidores se desfaçam delas e comprem outros papéis”, disse Villegas. Para ele, no curto prazo, a tendência é que os preços dessas ações caiam.

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