Imposto de Renda 2023: Como calcular preço médio das ações?
Uma das informações mais importantes para preencher os investimentos em ações na declaração do Imposto de Renda é o preço médio.
Como fazer o cálculo do preço médio
- O contribuinte deve sempre informar os ativos de renda variável negociados em Bolsa, como ações, ao preço de custo.
- Para quem só fez uma compra de um ativo, o preço médio é exatamente o valor unitário pago na transação.
- Quando há mais de uma compra, a preços diferentes, a orientação é informar o preço médio de todas as compras de uma mesma ação.
- Ou seja, a soma de todas as aquisições, dividida pela quantidade total dos papéis.
- Por exemplo, um contribuinte com ações da empresa XPTO:
- Em 2021, ele tinha comprado 30 ações dessa empresa, a R$ 50 cada uma. Ou seja, gastou R$ 1.500 no total.
- Por isso, na declaração do IR 2022, o contribuinte informou esse saldo: 30 ações a preço médio de R$ 50 cada uma.
- Em março de 2022, ele comprou mais 30 ações, dessa vez a R$ 40 cada uma. Ou seja, gastou R$ 1.200.
- Após essa compra, o contribuinte passou a ter 60 ações compradas a R$ 2.700 (R$ 1.500 da primeira compra, mais R$ 1.200 da segunda), e o preço médio mudou para R$ 45 por ação (R$ 2.700 dividido por 60).
- Em setembro de 2022, ele comprou mais 40 ações a R$ 30 cada uma, gastando R$ 1.200.
- Depois da terceira compra, o custo médio mudou de novo.
- O estoque passou a ter 100 ações compradas a R$ 3.900 (R$ 1.500 mais R$ 1.200 mais R$ 1.200). Ou seja, um preço médio de R$ 39 por ação (R$ 3.900 dividido por 100 ações).
- Se não tiver feito mais compras ou vendas em 2022, essas seriam as informações a preencher na ficha Bens e Direitos da declaração do Imposto de Renda 2023: 100 ações da empresa XPTO, compradas a R$ 3.900, com preço médio unitário de R$ 39.
Preço médio é importante para calcular ganho e imposto
- O preço médio também é importante para calcular o ganho na venda de ações, e o imposto, quando for o caso.
- "Em uma venda, o preço médio passa a ser o custo de aquisição", explica David Soares, consultor tributário da IOB.
- O contribuinte deve usar o preço de venda e subtrair o custo de aquisição; a diferença é o lucro ou prejuízo.
- Se a venda for de todas as ações, basta informar o lucro, se houver, na ficha "Renda Variável", e fazer a baixa das ações na ficha "Bens e Direitos", zerando o saldo anterior e descrevendo em texto as movimentações de 2022.
- Já se a venda for parcial, vale o raciocínio, mas o saldo que sobrou deve ser mantido em "Bens e Direitos". No exemplo:
- Em setembro, o contribuinte tinha 100 ações da empresa XPTO ao preço médio de R$ 39 cada uma.
- Em dezembro, vendeu 20 ações a R$ 60 cada uma, recebendo R$ 1.200.
- Nesse caso, o contribuinte lucrou R$ 60 (preço unitário da venda) menos R$ 39 (preço médio das ações antes da venda), vezes a quantidade de ações vendidas (no caso, 20).
- Ou seja, um ganho de R$ 420, que deve ser informado na ficha "Renda Variável".
- Esse ganho só será tributado se o contribuinte tiver vendido mais de R$ 20 mil em ações naquele mês, considerando todas as suas ações e movimentações (saiba como calcular o IR na venda de ações).
Preço médio não muda após venda
- Após uma venda, o preço médio das ações que sobraram no estoque segue igual ao que era imediatamente antes.
- No exemplo: R$ 3.900 (custo médio de aquisição das 100 ações) menos R$ 780 (custo de venda de 20 ações), dividido por 80 (ações que sobraram), igual a R$ 39.
Preço médio também ajuda na gestão de investimentos
- Ações e outros ativos de renda variável negociados em Bolsa, como opções, BDRs e ETFs, têm preços que oscilam com frequência.
- Fazer várias compras de uma mesma ação é comum, especialmente no longo prazo.
- Isso quase sempre significa comprar a mesma ação, mas a preços diferentes.
- Por isso, manter em dia o cálculo do preço médio de uma ação é o ponto de partida para saber quanto foi pago naquele ativo ao longo do tempo, e qual o lucro ou prejuízo do investimento no momento da análise.
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