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Lush vai embora; relembre empresas que deixaram o Brasil nos últimos anos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/05/2018 16h09

A empresa britânica de cosméticos Lush anunciou nesta segunda-feira (14) que vai encerrar suas atividades no Brasil. A marca deverá operar por aqui até o final de junho e, até lá, oferece quase todos seus produtos pela metade do preço em suas lojas e no site. A empresa já havia fechado as portas por aqui, mas voltou em 2014.

"Apesar do crescente aumento de vendas, a alta carga tributária e a prolongada recessão econômica, somados à instabilidade política, tornaram impossível à Lush continuar investindo e lucrar no país", disse a companhia, em comunicado.

Não é a primeira vez que empresas estrangeiras deixam o país alegando dificuldades operacionais, como alta carga tributária, e a situação piorou nos últimos anos com a crise. Há também empresas que venderam suas operações e mantiveram suas marcas, como Fnac e Starbucks, e companhias que saíram do país, mas sinalizam um retorno, como Nintendo.

Veja empresas que deixaram o país recentemente

  • Accessorize

    Outra varejista britânica, a rede de moda e bijuterias Accessorize, do conglomerado Monsoon, anunciou o fim da operação no Brasil em dezembro de 2016. A rede, que funcionava por meio de franquias, chegou a ter 32 lojas no país, dez só na capital paulista. Quando anunciou o fechamento das unidades, a empresa enfrentava uma série de ações trabalhistas e de despejo por falta de aluguel. A última loja da marca no país, no shopping Iguatemi, em São Paulo, fechou as portas em fevereiro de 2017. Ela era coincidentemente também a mais antiga: havia sido aberta em 2002.

  • Topshop

    A Accessorize não foi a primeira do ramo a abandonar o barco. Em fevereiro de 2016, a compatriota Topshop fechou sua última loja no país, no shopping JK Iguatemi, em São Paulo, com promoções de até 50% por suas roupas. A grife chegou ao país com alta expectativa em 2012, com fila na porta. Chegou a abrir mais três lojas no estado de São Paulo e tinha planos de seis até 2015, o que não se concretizou. Em 2014, o UOL apurou que a empresa já havia passado por problemas com o aluguel das lojas que ocupava nos shoppings. Leia mais

  • Kirin

    Em fevereiro de 2017, foi a vez do grupo japonês de bebidas Kirin, que vendeu sua participação no país para o Grupo Bavaria, dono da Heineken por aqui. O conglomerado desembarcou em terras brasileiras em 2011 ao comprar a paulista Schincariol, então número dois no mercado cervejeiro, por US$ 2,65 bilhões, e manteve este posto até deixar o país. Além da economia, um dos motivos para ir embora foi o domínio de mercado da Ambev. "Levando em conta os riscos associados à economia brasileira e a situação da concorrência em um mercado estancado, a Kirin chegou à conclusão de que seria difícil transformar o Brasil Kirin em uma atividade rentável", explicou a companhia à época em comunicado. Leia mais

  • Geely Motors

    A montadora chinesa Geely Motors chegou ao Brasil em março de 2014 e foi embora em abril de 2016. Ou seja: ficou por apenas dois anos e um mês. Nesse curto tempo, a montadora não fez muito barulho por aqui. Na época, a Geely do Brasil disse ao UOL que a decisão era da matriz chinesa e que a saída era temporária, por causa da dificuldade de atuar no mercado com a alta do dólar. Leia mais

  • Mahindra Motors

    Outra montadora que não "pegou" nacionalmente foi a indiana Mahindra Motors. Maior produtora de carros populares da Índia, a marca anunciou que iria parar de vender veículos no Brasil em abril de 2015. Seu principal motivo foi nunca ter decolado por aqui, apesar do seu tamanho na Índia. Importada para o país desde 2007, a companhia chegou a vender apenas 250 carros no seu melhor mês. A partir de 2020, no entanto, carros produzidos pela indiana podem voltar às ruas brasileiras, mas não com o brasão da marca: a Ford anunciou que produzirá as próximas linhas do EcoSport, que incluem carros elétricos, na Índia em parceira com a montadora. Leia mais

  • Aston Martin

    A queda de vendas também afetou a outra ponta da indústria automotiva: o mercado de luxo. A inglesa Aston Martin fechou sua última concessionária no país, em São Paulo, em março de 2017. O fator que motivou a decisão não foi revelado, mas especula-se que esteja relacionado ao momento de crise do país e à queda da venda de veículos de luxo. Em 2016, a única concessionária em operação vendeu apenas dois modelos da marca preferida do personagem James Bond. Leia mais

  • HSBC

    O setor financeiro também teve transações significativas nos últimos anos no Brasil. Em julho de 2016, foi a vez do conglomerado britânico HSBC sair de cena por aqui, comprado por R$ 16 bilhões pelo Bradesco. "O Bradesco desde 1943 já realizou 48 aquisições. A relevância da presença do HSBC no mercado brasileiro supera todas as aquisições anteriores", anunciou o então presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. À época, a transação fez com que o grupo atingisse quase US$ 1,3 trilhão em bens e mais de 30 milhões de correntistas. O Bradesco é hoje o segundo maior banco privado do Brasil, atrás apenas do Itaú Unibanco. Leia mais

  • Citibank

    O conglomerado das famílias Moreira Salles e Setúbal, hoje maior instituição financeira do país, também participou de uma grande aquisição estrangeira em 2016. Em outubro daquele ano, o Itaú Unibanco comprou a operação de varejo do americano Citibank no Brasil por R$ 710 milhões. O grupo americano permaneceu no Brasil com os clientes dos setores de "Corporate and Investment Banking", "Commercial Bank" e "Private Bank". "É um mercado estratégico para o Citi e parte essencial da nossa presença e rede globais", anunciou o CEO para a América Latina, Jane Fraser. No varejo, no entanto, não valia à pena: o conglomerado passou dez meses negociando a saída do país até a compra pelo Itaú Unibanco.

  • Korean Air

    O setor aéreo também registrou baixas nos últimos anos. Em setembro de 2016, a coreana Korean Air cancelou seus três voos semanais entre São Paulo e Seul (Coreia do Sul), com escala em Los Angeles (EUA). Um dos motivos foi a queda no número de passageiros e a concorrência com a American Airlines, que havia começado a operar voos diários entre as duas cidades naquele mesmo ano. A American Airlines também vem demonstrando desânimo no Brasil. Apesar de continuar a operar no país, anunciou, em março deste ano, uma redução significativa dos voos no Brasil. "Estamos apenas gerenciando nossa capacidade no Brasil em resposta às condições de mercado que não se recuperaram tão rapidamente quanto esperávamos", afirmou a AA em comunicado.

  • Singapore Airlines

    Um mês depois da empresa coreana, em outubro de 2016 a também oriental Singapore Airlines parou de operar seus três voos semanais entre São Paulo e Barcelona (Espanha). De acordo com a companhia, um dos principais motivos foi a queda no número de passageiros. "A Singapore Airlines continuará a servir o Brasil, utilizando conexões com as companhias aéreas parceiras da Star Alliance, por meio de vários outros pontos da Europa operados pela companhia", anunciou à época. Atualmente, a companhia oriental vende voos entre São Paulo e Cingapura em parceria com outras companhias, como a South African Airways.

  • Hertz

    A locadora de carros americana Hertz vendeu sua operação nacional para a brasileira Localiza em dezembro de 2016 por R$ 337 milhões. Com o negócio, a brasileira adicionou 9.200 carros à frota, o que a tornou líder isolada do mercado de aluguel de carros e gestão de frotas. A Hertz tinha no país 42 agências, das quais 16 eram em aeroportos. Apesar de não terem se tornado sócias, a brasileira pode usar a marca Localiza Hertz no Brasil, e a companhia norte-americana, a marca Localiza nos aeroportos dos Estados Unidos e Europa. Leia mais

  • Fnac

    Há também casos de empresas que deixaram o país, mas cujas marcas se mantiveram. A varejista francesa Fnac, por exemplo, vendeu suas operações aqui para a Livraria Cultura no segundo semestre de 2017. A transação, de valor não revelado, funcionou por meio de licenciamento de marca. Desta forma, embora a operação seja feita pela Livraria Cultura, o nome da francesa se mantém. Por isso ainda há lojas da Fnac em locais tradicionais, como avenida Paulista, em São Paulo. Hoje, a marca tem sete lojas no Brasil: três em São Paulo, uma em Campinas (SP), uma em Brasília, uma em Curitiba (PR) e uma em Goiânia (GO), além do comércio eletrônico. Quando a Cultura a adquiriu, eram 12 unidades em sete estados. Leia mais

  • Starbucks

    Embora aumente cada vez mais o número de lojas no país, a rede de cafeterias americana Starbucks também vendeu toda a sua operação no Brasil. Em março deste ano, a companhia anunciou a transferência da operação nacional para a empresa de investimentos SouthRock por um valor não divulgado. A SouthRock é dona da Brazil Airport Restaurants, uma subsidiária que detém licenciamento exclusivo de marcas como TGI Fridays e Mr. Baker. Com o negócio, as operações da Starbucks nos 17 mercados da América Latina e do Caribe em que a empresa atua se tornarão totalmente licenciadas. Leia mais

  • Nintendo

    A gigante japonesa de tecnologia e entretenimento Nintendo indica que deve retornar ao país depois de três anos ausente, com a homologação do console Switch, em fevereiro deste ano. Em janeiro de 2015, a empresa anunciou que seus videogames e jogos, como os do popular personagem Mario, não seriam mais importados pela Gaming do Brasil, companhia responsável pelas distribuição oficial da japonesa aqui. À época, a Nintendo atribuiu sua decisão às altas taxas de importação, mas afirmou que pretendia voltar. A promessa se cumpriu em fevereiro deste ano, quando a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) homologou o console Switch, da marca, e seus consoles. No entanto, o pedido de homologação não foi feito pela Nintendo, mas pela empresa M RS Digital Ltda - Epp, a mesma da loja Red Store, que possui site de vendas próprio. Atualmente, é possível comprar o videogame no varejo por cerca de R$ 1.600. Leia mais