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OPINIÃO

Opinião: Bolsonaro não vai privatizar Petrobras nem mexer nos preços

13.abr.2022 - O presidente Jair Bolsonaro - Anderson Riedel/PR
13.abr.2022 - O presidente Jair Bolsonaro Imagem: Anderson Riedel/PR

Rafael Bevilacqua

13/05/2022 09h30

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Diante da disparada do preço do barril de petróleo no mercado internacional e da valorização do dólar, a política de paridade internacional de preços adotada pela Petrobras (PETR4) tem sido alvo de duras críticas.

Curiosamente, algumas das críticas mais inflamadas à política de preços da estatal têm sido proferidas justamente pelo homem que tem o poder de indicar tanto o presidente da Petrobras quanto o ministro de Minas e Energia: o presidente da República, Jair Bolsonaro.

Entretanto, Bolsonaro não dá sinais claros sobre quais os seus planos para a estatal. Enquanto criticava arduamente os reajustes nos preços dos combustíveis e dizia que recorrerá à Justiça para tentar obrigar a Petrobras a reduzi-los, o presidente nomeou Adolfo Sachsida para o Ministério de Minas e Energia.

Também curiosamente, um dos primeiros atos de Sachsida no cargo foi pedir estudos para a privatização da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo S.A., despertando a fúria de caminhoneiros e servidores públicos com os quais Bolsonaro tem tentado uma aproximação.

Assim, a ambiguidade nas falas e atos do presidente da República sinalizam que, no curto prazo, não devemos esperar nem uma coisa nem a outra: a Petrobras não deve ser privatizada, e a política de preços deve se manter inalterada até o final de seu mandato.

Em primeiro lugar, o processo de estudos e discussões políticas necessários para que seja possível privatizar uma companhia do porte da Petrobras é demorado e complexo, ainda mais em ano de eleições, período no qual a classe política se mostra menos inclinada a discutir temas polêmicos.

Por outro lado, interferir nos preços praticados pela petrolífera trariam o risco de desabastecimento de combustíveis no mercado doméstico, e reduziria a confiança dos investidores no Brasil, o que poderia agravar ainda mais a crise vivida pelo país.

De qualquer forma, os acenos de Bolsonaro ao mercado e às categorias com as quais ele tem buscado uma aproximação devem mexer com os preços das ações da companhia diante da euforia do mercado. A cada notícia sobre a Petrobras, os papéis devem reagir de acordo, mesmo sem mudanças significativas nos próximos meses.

Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes do UOL Investimentos): informações sobre os resultados surpreendentes do Banco do Brasil no primeiro trimestre de 2022.

Um abraço,

Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL