Opinião: Cresce temor de intervenção em preços da Petrobras
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Após apenas 40 dias, José Mauro Coelho foi destituído do cargo de presidente da Petrobras (PETR4) pelo novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida. Para ocupar a posição, foi indicado o secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital no Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade.
Com a demissão precoce —e difícil de justificar—, Coelho, que havia sido indicado pelo ex-ministro Bento Albuquerque, se tornou o presidente que por menos tempo ocupou a função desde a criação da estatal.
A destituição de Coelho ocorre em meio às duras críticas do presidente Jair Bolsonaro à política de preços vigente na Petrobras, bem como aos lucros reportados pela estatal nos últimos trimestres.
Atualmente, a Petrobras segue a política de paridade internacional de preços, o que significa que os preços praticados pela companhia acompanham a variação do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
Esse é o modelo adotado pela maior parte das petrolíferas ao redor do mundo, mesmo as estatais, uma vez que evita o risco de desabastecimento dos combustíveis em decorrência do descasamento entre os preços praticados no mercado interno e no exterior.
Diante da disparada dos preços no exterior, a Petrobras se viu forçada a reajustar os preços dos combustíveis comercializados nas refinarias, o que tem contribuído para a alta da inflação e provocado descontentamento entre a população —e entre a ala política do governo.
Com as eleições se aproximando e sem sinais de recuo do preço do petróleo, cresce o receio com a possibilidade de intervenção governamental na política de preços da companhia. Mas mexer na política de preços da Petrobras não é algo simples, e pode acabar trazendo mais problemas do que soluções.
No curto prazo, é preciso se atentar à votação da proposta que impõe um limite à alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos combustíveis, bem como às discussões acerca da criação de um fundo de estabilização dos preços financiado com os dividendos pagos pela petrolífera à União.
Ainda assim, caso tais medidas não saiam do papel ou não surtam efeito até o momento das eleições, os acionistas da estatal podem vir a ser prejudicados.
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Um abraço,
Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante
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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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