Camil produz mais, mas sofre com aumento dos custos de alimentos
Hoje comentaremos os resultados do ano-safra 2021 divulgados pela empresa de alimentos Camil.
Confira a seguir o comentário de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!
Produção da Camil cresce, mas aumento dos custos preocupa
A Camil, uma das líderes do mercado de alimentos na América Latina, divulgou seus resultados referentes ao encerramento do ano safra de 2021 na noite de quinta-feira (19). A companhia entregou bons números em relação a volumes, mas os resultados já mostraram o impacto da alta de custos, culminando na retração de margens no resultado.
No segmento de grãos, tivemos o aumento considerável do volume de arroz vendido anualmente, impulsionado pelo crescimento de 17,9% da marca homônima Camil, atingindo 807,4 mil toneladas no período. Enquanto o preço médio de mercado da matéria-prima caiu 7,7% na comparação anual, a companhia conseguiu aumentar em 2,2% seu preço líquido de venda, para R$ 3,30 por quilo.
Por outro lado, o segmento de feijão foi impactado pela variação das safras de produção durante o último ano, ocasionando uma pressão de custos para a empresa. No ano, o preço médio de mercado da matéria-prima fechou com alta de 4,05% na comparação com 2020. Em paralelo, o preço líquido de venda aumentou apenas 1,1% durante o mesmo período.
O segmento de açúcar foi marcado por uma escalada de preços intensa durante o período, impactado por um desabastecimento do mercado de açúcar refinado durante o ano. Os preços médios de matéria-prima subiram 47,5% no ano, enquanto o aumento do preço líquido de venda foi de 45,8%. Em relação ao volume de vendas, o número ficou praticamente estável.
Por fim, o segmento Internacional apresentou queda de 7,5% do volume de vendas na comparação anual, encerrando 2021 em 626,8 mil toneladas vendidas. Os três principais mercados do segmento (Uruguai, Chile e Peru) apresentaram redução anual no volume de vendas.
Em termos financeiros, a receita líquida da companhia subiu 20,8% no ano, impactada pelo aumento consolidado de preços e volumes durante o período, fechando 2021 em R$ 9 bilhões. Já o lucro bruto subiu 7,1% durante o mesmo período, para R$ 1,8 bilhão. Com isso, o impacto de aumento de preço médio das matérias-primas pode ser visto na contração de 2,5 pontos percentuais na margem bruta, que finalizou o período em 19,7%.
Em paralelo, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) encerrou o período em R$ 534,7 milhões, uma queda de 1,6% na comparação anual. Dentre outros motivos, a queda foi impactada por um aumento de despesas, sobretudo, por maiores custos de comissões com vendas, distribuição e frete. Por fim, o lucro líquido encerrou o período em R$ 478,7 milhões, um aumento de 3,5% na comparação anual.
No que diz respeito ao resultado, a companhia entregou números dentro do esperado, conseguindo aumentar consideravelmente os volumes no Brasil, mas não conseguindo fugir das pressões inflacionárias e aumento dos insumos. As margens foram afetadas, enquanto volume e receita mantiveram crescimento.
Na divisão internacional, a Camil foi afetada por situações extraordinárias, como a crise política no Chile e a escassez de matéria-prima no Uruguai, sendo impossível entregar um bom resultado.
Em termos de estratégia, o ano de 2021 ficou marcado pela iniciativa da companhia em diversificar suas linhas de receita, tanto em novos segmentos, quanto em novas geografias, reduzindo a sua dependência em relação ao arroz. Em 2021, ela realizou a aquisição da marca Seleta (café), entrou no segmento de massas e adquiriu uma empresa de arroz no Equador.
Na sexta-feira (23), as ações da Camil fecharam em alta de 2,05%, cotadas a R$ 7,98.
Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.