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OPINIÃO

Piora de humor nos mercados lá fora contamina a Bolsa brasileira

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Imagem: Getty Images

Rafael Bevilacqua

14/06/2022 09h38

Esta é a versão online da edição de hoje da newsletter Por Dentro da Bolsa, que analisa a piora de humor no mercado financeiro no exterior, com a aceleração da inflação nos Estados Unidos, e o efeito disso na Bolsa brasileira. Para assinar este e outros boletins e recebê-los diretamente no seu email, cadastre-se aqui. Os assinantes UOL ainda têm direito a mais duas newsletters exclusivas sobre investimentos.

Após a alta de 1% da inflação nos Estados Unidos em maio, o mercado mudou drasticamente suas projeções para a trajetória dos juros no país, e já projeta uma aceleração do ritmo de alta das taxas Fed Funds na reunião do Federal Open Market Committee (Fomc, o comitê de política monetária dos EUA) desta quarta-feira (15).

Ao longo das últimas semanas, a aposta em uma elevação dos juros em 0,5 ponto percentual havia se consolidado quase como um consenso de mercado.

Contudo, diante da disparada da inflação, que já acumula alta de 8,6% nos últimos 12 meses, os investidores já enxergam uma possibilidade de mais de 90% de que seja anunciada uma alta de 0,75 ponto base após o encontro, segundo dados da FedWatch do CME Group.

Caso esse cenário se confirme, a taxa sairá do patamar entre 0,75% e 1% ao ano para 1,50% e 1,75% ao ano - e a alta não deve parar por aí.

Curiosamente, após termos visto uma inflação mais alta nos EUA do que no Brasil em maio, poderemos ver também uma alta dos juros mais agressiva na maior economia do planeta do que aqui.

O Comitê de Política Monetária (Copom) também se reúne entre hoje e quarta-feira para deliberar a respeito da Selic, a taxa básica de juros, e a expectativa é por uma elevação de 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Além disso, tendo em vista a recente desaceleração da inflação doméstica, essa pode ser a última elevação do atual ciclo de alta dos juros no Brasil.

Com a perspectiva de juros mais altos nos EUA, os mercados globais reagem negativamente, uma vez que a alta das Fed Funds tende a tornar o crédito mais caro e desacelerar a atividade na maior economia do planeta, em um momento no qual alguns especialistas já apontam para risco de recessão.

Essa piora de humor no exterior também contamina a Bolsa brasileira, e contribui para a fuga de capital estrangeiro do mercado acionário doméstico.

Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes UOL, que possuem acesso integral ao conteúdo de UOL Investimentos): informações sobre a defasagem dos preços dos combustíveis comercializados no Brasil e o risco de desabastecimento do mercado doméstico.

Um abraço,

Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante

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