Mercado vê com ceticismo notícias sobre tentativa de privatizar a Petrobras
Esta é a versão online da edição de hoje da newsletter Por Dentro da Bolsa, que mostra como o mercado recebe as notícias sobre a tentativa do governo de privatizar a Petrobras, com a escalada nos preços dos combustíveis. Para assinar este e outros boletins e recebê-los diretamente no seu email, cadastre-se aqui. Os assinantes UOL ainda têm direito a mais duas newsletters exclusivas sobre investimentos.
A Petrobras (PETR4/PETR3), gigante brasileira do setor de óleo e gás, tem ocupado uma posição de destaque no noticiário econômico do país nos últimos meses.
Com o preço do barril de petróleo em patamares historicamente altos no mercado internacional, e após um longo processo de reestruturação iniciado ainda no governo do ex-presidente Michel Temer, a estatal obteve lucro líquido recorde em 2021 e se consolidou como uma das melhores pagadoras de dividendos da Bolsa brasileira no período.
Agora, em meio a críticas à política de preços da Petrobras feitas por figuras proeminentes da política brasileira, surgem notícias acerca de uma possível proposta de privatização da companhia.
De acordo com informações veiculadas na imprensa, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, trabalha na elaboração de um projeto de lei que abriria caminho para privatizar a Petrobras.
A privatização se daria por meio da conversão de ações preferenciais da companhia (PETR4) em ações ordinárias (PETR3), ou seja, aquelas que conferem ao detentor o direito a voto nas assembleias. Essa operação diluiria a participação do governo federal no capital votante da petrolífera, passando o controle da empresa para a iniciativa privada.
Diferentemente do caso da Eletrobras (ELET6/ELET3), não seria necessário emitir novas ações para diluir a participação do governo na companhia, uma vez que apenas a conversão das ações já seria suficiente para transformar o governo em sócio minoritário da Petrobras.
Contudo, tirar essa ideia do papel não é tão simples quanto parece. Uma parcela relevante do Congresso se opõe à privatização da petrolífera, e o processo deve enfrentar ainda mais resistência do que o da Eletrobras. Além disso, é difícil acreditar que a classe política estaria disposta a discutir um projeto envolto em tanta polêmica com as eleições deste ano se aproximando.
Dessa forma, as notícias sobre uma possível privatização da Petrobras são recebidas pelo mercado com ceticismo, e a operação ainda soa como um sonho distante para os acionistas da estatal.
No curto prazo, predomina o temor com uma possível intervenção governamental na política de preços da petrolífera e com as oscilações do preço do barril de petróleo no exterior.
Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes UOL, que possuem acesso integral ao conteúdo de UOL Investimentos): informações sobre a nova oferta de ações da Eneva.
Um abraço,
Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante
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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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