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OPINIÃO

Com queda de combustíveis, lucro da Petrobras não é problema para o governo

Diego Herculano/NurPhoto/Getty Images
Imagem: Diego Herculano/NurPhoto/Getty Images

Rafael Bevilacqua

29/07/2022 09h34

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O lucro da estatal Petrobras (PETR4) tem sido alvo de críticas nos últimos dois anos, especialmente devido ao fato de que a alta desse lucro foi acompanhada de um aumento vertiginoso dos preços dos combustíveis.

Contudo, nas últimas semanas, uma série de medidas com o intuito de reduzir os preços dos combustíveis para o consumidor final foram implementadas, ao mesmo tempo em que o recuo do preço do barril de petróleo no mercado internacional abriu caminho para que a Petrobras realizasse dois cortes consecutivos no valor da gasolina vendida às distribuidoras.

Com os combustíveis mais baratos e os ânimos da população mais contidos, fica mais fácil dar as boas notícias: a Petrobras lucrou R$ 54,3 bilhões no segundo trimestre, cifra 26,8% superior à registrada um ano antes e bem acima do que indicavam as projeções.

A receita líquida da companhia no trimestre totalizou R$ 170,9 bilhões, um crescimento de 54,4% frente o mesmo período de 2021. A receita foi favorecida pelo aumento de 12% do preço do petróleo e pelo aumento do volume de vendas de derivados da commodity, além da alta dos preços do gás natural.

Além disso, o lucro recorde projetado para a petrolífera neste ano deixou de ser uma preocupação e se tornou uma esperança para o governo federal. Os dividendos que a Petrobras pagará ao seu acionista controlador, a União, podem ser a solução para o problema do déficit das contas públicas brasileiras.

A estatal comunicou o pagamento de R$ 87,8 bilhões em dividendos, dos quais R$ 32,1 bilhões irão para a União.

Os proventos pagos pelas empresas estatais à União têm sido apontados como um fator decisivo para cobrir o rombo deixado nas contas públicas pelas medidas aprovadas recentemente com o intuito de reduzir os preços dos combustíveis, fornecer subsídios a motoristas e caminhoneiros e expandir uma série de programas sociais.

Com o barril de petróleo se mantendo em patamares de preço próximos a US$ 100, a expectativa é por um ano de novos recordes de receita e lucro da Petrobras, o que deve render bons proventos aos seus acionistas.

Contudo, com as eleições se aproximando e o futuro incerto da estatal, avalio que é arriscado investir em ações da Petrobras no momento.

Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes UOL, que têm acesso integral ao conteúdo de UOL Investimentos): informações sobre o resultado do segundo trimestre da companhia aérea Gol.

Um abraço,

Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL