A importância de agir rapidamente para evitar o pior da inflação
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Diz o ditado que gato escaldado tem medo de água fria. Em outras palavras, quem já sofreu com algo tende a ser mais cauteloso para não sofrer novamente. Basicamente, foi isso que diferenciou o Brasil da maior parte dos países no que diz respeito ao combate à inflação. Os Estados Unidos e as nações europeias já sofreram crises inflacionárias, mas essas crises ou foram muito menos severas do que as vividas pelo Brasil, como é o caso dos EUA no final dos anos 70 e início dos anos 80, ou muito mais distantes, como a hiperinflação na Alemanha durante o período que sucedeu a Primeira Guerra Mundial, conhecido como República de Weimar (1919-1933).
Nas últimas décadas, esses países se acostumaram com a estabilidade monetária, de forma que deixaram de ter a alta da inflação entre suas maiores preocupações.
No Brasil, por outro lado, nosso povo ainda se lembra da catástrofe da hiperinflação, que atacou os bolsos dos brasileiros até a implementação do Plano Real, em 1994. Além disso, passamos mais recentemente por períodos preocupantes, como o ano de 2015, no qual a inflação avançou 10,67%.
Por conta do histórico negativo, o Banco Central (BC) agiu como gato escaldado, e não tardou a corrigir seu erro de baixar a taxa básica de juros (Selic) para 2% ao ano durante o início da pandemia.
Ainda em março de 2021, quando a inflação global começava a dar sinais de alta, o BC iniciou um ciclo de alta dos juros que levaria a Selic de 2% para 13,75% ao ano, podendo subir ainda mais em setembro, antes de o ciclo se encerrar.
Os Estados Unidos, por sua vez, foram começar a subir os juros apenas um ano mais tarde, em março de 2022, enquanto o Banco Central Europeu foi começar a elevar as taxas apenas em julho deste ano. Dessa forma, EUA e Europa ainda se encontram em estágio inicial dos seus ciclos de alta dos juros, enquanto o Brasil já colhe os frutos da elevação da Selic.
Por aqui, a inflação tem desacelerado significativamente, puxada ainda por cortes de impostos em áreas essenciais e pelo recuo dos preços dos combustíveis, mas evidentemente nada disso adiantaria sem a ação das autoridades monetárias.
Alimentos continuam em alta, pesando nos bolsos de todos os brasileiros, enquanto vestuário volta a subir com a retomada do varejo, mas os demais grupos dão sinal de recuo ou relativa estabilidade.
Em suma, nossa vasta experiência com irresponsabilidade fiscal e econômica enfim serviu para algo e nos colocou em uma posição privilegiada no combate à alta dos preços.
Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes UOL, que possuem acesso integral ao conteúdo de UOL Investimentos): informações sobre a nova aquisição da CSN, que deve transformar a companhia na vice-líder do setor de cimentos no Brasil.
Um abraço,
Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante
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