Queda dos juros e reforma tributária: o impacto nos investimentos de julho

No mês de julho, as taxas de juros passaram por mudanças substanciais no mercado financeiro, com o Copom reduzindo a taxa básica de juros, a Selic. O Ibovespa, apesar da volatilidade, encerrou o mês no positivo. Enquanto isso, os EUA elevaram suas taxas de juros e o mercado de ações norte-americano cresceu com otimismo sobre a economia.

Não perca os comentários das gestoras que mais performaram no último mês.

Na primeira semana de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Brasil anunciou uma redução de 0,50% na taxa de juros, levando-a a um novo patamar de 13,25%. Essa decisão foi motivada em grande parte pelo impressionante desempenho do IPCA-15, prévia da inflação, que registrou uma deflação de 0,07% no mês. O Copom, em sua ata, reforçou a abordagem contracionista para alcançar as metas inflacionárias estabelecidas.

Além disso, outro assunto destaque do mês foi a aprovação da reforma tributária pela Câmara dos Deputados. Apesar de algumas ressalvas, essa iniciativa foi bem recebida pelos investidores.

O grande objetivo da reforma é a simplificação do sistema tributário brasileiro, com a consolidação de cinco impostos em apenas dois novos:

A consolidação de IPI, PIS e Cofins na CBS

A unificação de ISS e ICMS no IBS

Compreenda a maneira pela qual o mercado está avaliando o declínio das taxas de juros e as perspectivas fiscais da reforma, por meio dos comentários detalhados das gestoras logo abaixo.

E a Bolsa brasileira? O Ibovespa enfrentou um cenário de montanha-russa durante o mês de julho, mas conseguiu encerrar o mês com um aumento de aproximadamente 3,3%, o quarto mês positivo. Entre os fatores que sustentaram o otimismo do mercado, destaca-se a prévia da inflação, que registrou deflação de 0,07%, junto da melhora na classificação de crédito do Brasil, de BB- para BB, refletindo uma perspectiva fiscal mais sólida.

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Já os Estados Unidos continuam elevando suas taxas. A decisão foi de aumento de +0,25%, atingindo um intervalo entre 5,25% e 5,50%.

O aumento constante da taxa já demonstra resultados na inflação americana (CPI). No último mês, o índice de inflação teve um modesto acréscimo de 0,2%, crescimento mais baixo desde 2021. Mesmo assim, o Federal Reserve (Fed) mantém uma postura cautelosa quanto aos números econômicos do país, e o mercado ainda prevê futuras elevações nos juros norte-americanos.

As Bolsas americanas —S&P 500, Nasdaq, Dow Jones— ficaram no positivo, com crescimento aproximado de 3% no período. Mesmo diante de perspectiva de mais aumento nas taxas de juros, o sentimento do mercado permanece positivo, amparado pela expectativa de um "pouso suave" da economia, afastando receios de uma recessão nos Estados Unidos.

Quanto aos fundos de investimento, o último mês foi agitado. O fundo gerido pela CTM teve seus resgates suspensos, com acusações de manipulação do mercado de ações brasileiro.

Quem é a CTM?

A CTM é uma gestora independente com sede no Paraná, fundada em 2012 por um dos seus sócios-fundadores, Daniel Alberini. O foco central das operações da CTM são os fundos de ações, que representam a maior parte do patrimônio sob gestão.

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Em julho, um dos fundos da gestora teve suas atividades de resgate temporariamente suspensas devido a questões de liquidez. Apenas neste mês de agosto, o fundo apresentou desempenho negativo de aproximadamente -13,48%.

As acusações sugerem que a gestora estava adquirindo ações para inflar artificialmente o desempenho de seus fundos. A CTM comprava ações, elevava seus preços de mercado e, por consequência, gerava uma rentabilidade positiva para seus fundos, chamando a atenção do mercado devido à aparente performance excepcional. Posteriormente, a gestora captava mais recursos para reinvestir em ações cujos preços já estavam inflacionados devido às compras anteriores.

Até o momento, a gestora não emitiu comentários sobre as alegações, mas comunicou em seu Fato Relevante, divulgado em 23 de julho (disponível no site da gestora), que está comprometida a seguir todos os procedimentos regulatórios necessários.

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Mesmo com esse barulho no fundo da CTM, os fundos de investimentos renderam bem no mês de junho. Acompanhe aqui as melhores rentabilidades dos fundos multimercados e ações:

Fundos Multimercados:

Nome/Retorno no mês

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Moat Capital Long Bias FIC Multimercado: 4,65%

ARX Macro FIC Multimercado: 4,64%

Mantaro LB FIC Multimercado: 4,32%

Studio Long Bias FIC Multimercado: 4,15%

Polo Norte I Long Short FIC Multimercado: 3,59%

Vinci Total Return FIC Multimercado: 3,57%

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Meraki Long Biased FIC Multimercado: 3,28%

Dahlia Total Return FIC Multimercado: 3,06%

Moat Capital Equity Hedge FIC Multimercado: 2,59%

Safra Kepler Advanced FIC Multimercado: 2,50%

A Moat Capital compartilha sua metodologia que impulsionou seus fundos multimercado a apresentar um desempenho notável no último mês:

"O Moat Capital Long Bias é um fundo multimercado dinâmico que busca gerir os ciclos do mercado de ações, com a flexibilidade de se proteger nos ciclos de queda.

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A estratégia procura capturar movimentos de longo prazo do mercado de ações variando a exposição comprada em Bolsa (Brasil ou Global) de acordo com o ciclo. O fundo combina diferentes estratégias (Ações Brasil, ações globais, pares Long&short, derivativos e posições vendidas).

No mês de julho, o fundo manteve-se comprado em ações e índice brasileiro durante todo o mês, encerrando-o com exposição líquida de 76%. Os destaques positivos ficaram para as estratégias compradas em ações no Brasil e Long Short.

O Moat Capital Equity Hedge é um fundo multimercado que tem como objetivo superar o CDI no longo prazo. É uma estratégia Long & Short de valor relativo (atualmente temos mais de 130 pares no portfólio do fundo), e o grande diferencial desse fundo é ser descorrelacionado com o mercado de ações e demais fundos multimercados.

Outro ponto relevante é que atualmente temos posições tanto no Brasil quanto nos EUA e prezamos pela diversificação em pares de ações. No mês de julho, os grandes destaques positivos do Moat Capital Equity Hedge foram os pares nos setores Financeiro, Petróleo e Tech."

Chamamos a gestora Meraki Capital para comentar sobre como foi sua análise do mês e como continuam se posicionando em frente a novos parâmetros do mercado:

"O fundo Meraki Long Biased subiu 3.28% em julho. Com a aprovação da reforma tributária antes do recesso parlamentar e o bom momento econômico do país, vimos o 4º mês consecutivo de alta do Índice Bovespa. No mês, mantivemos a alocação alta em ações, e as maiores contribuições vieram, novamente, do setor de Construção Civil, com Cyrela e MRV (+18,33% e +20,14%, respectivamente no mês); e de Serviços Financeiros, que se beneficia do financial deepening, com XP (+13.60%) e Banco BTG (+8.14%). Nos EUA, com inflação benigna e atividade resiliente, mantivemos posições compradas em big techs, como Meta, e em commodities como Glencore PLC e Vale.

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Com o início do ciclo de cortes de juros, o financial deepening volta a ganhar espaço. O que significa que os investidores buscam ampliar a diversificação e sofisticação de produtos financeiros. Desta forma, com os juros menores, o número de investidores em renda variável deve aumentar. Atualmente, no Brasil, a população que investe em ações é inferior a 5,3 milhões de CPFs, número pequeno em comparação com outros países.

Nos últimos anos, fundos de ações apresentaram o maior número de resgates líquidos da série histórica com a alta dos juros. Já no momento atual, aproximamo-nos do ponto de inflexão deste movimento. Isto é, juros baixos criam um ambiente de negócios favorável para aumentar o lucro das empresas, e forma-se um ciclo virtuoso. Por consequência, os investidores que procuram maior rentabilidade devem migrar para renda variável e a captação aumentar.

Seguimos otimistas com Bolsa, analisando oportunidades no Brasil e no exterior, tentando ampliar nosso escopo de investimentos e buscando retornos consistentes para nossos clientes."

Fundos de Ações:

Nome/ Retorno no mês

HIX Capital Institucional FIC Ações: 9,87%

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Stoxos FI Ações: 9,85%

Sulamérica Selection FIC Ações: 8,29%

Vokin K2 Long Biased FI Ações: 8,17%

Vokin GBV Aconcágua FIC Ações: 7,32%

SET FI Ações: 7,31%

4UM Small Caps FI Ações: 6,72%

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Alaska Black II FIC Ações BDR Nível I: 6,34%

Brasil Capital 30 FIC Ações: 6,07%

Charles River FI Ações: 5,96%

A gestora SET Investimentos comenta sobre sua metodologia de análise e como está posicionada no mercado de renda variável para seu fundo SET FIA que rendeu 7,31% no mês:

"O Set FIA é um fundo de ações long only com mais de 15 anos de história. Nossa estratégia consiste em buscar retorno de longo prazo através de uma carteira composta por ações de companhias brasileiras.

Nosso portfólio é composto por 10 a 15 empresas de boa governança corporativa e que sejam descorrelacionados entre si. Seguimos a filosofia Value Investing, metodologia utilizada por Warren Buffett, para achar empresas com bom potencial de crescimento e preços atrativos.

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Atualmente as principais posições da carteira estão alocadas nos setores de construção civil, bancos e energia.

No mês de julho os destaques positivos do fundo foram as ações de PetroRecôncavo, que subiram 20%, seguidas pelas ações de Eztec, com alta de 18% e SLC Agrícola, com alta de 14%.

Mantemos nossa carteira acima de 95% comprada em ações, reforçando nossa percepção otimista para o mercado no médio e longo prazo."

A Alaska Asset Management comenta como foi estruturado as posições do fundo de investimento que o fez performar 6,34% no último mês:

"No mês de julho, a contribuição mais significativa para a carteira de ações veio do setor de mineração, enquanto do lado negativo o destaque veio do setor petroquímico. Empresas do setor de commodities seguem como as maiores posições da carteira.

Além disso, o fundo carrega posição comprada na Bolsa local via opções, que também contribuiu de forma positiva. No mercado de juros, não houve contribuição significativa. Em câmbio, o fundo segue com posição vendida em dólar contra o real, que contribuiu de forma positiva."

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Os fundos foram classificados utilizando metodologia interna do PagBank usando dados de mercado fornecidos pela Quantum Finance e foram considerados fundos para investidores em geral de gestão ativa, abertos para captação, com mais de R$ 50 milhões de patrimônio líquido, investimento mínimo até R$ 5.000, mais de 100 cotistas e existentes há mais de 1 ano.

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