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Tem um 'pedacinho' do Nubank na Bolsa? Entenda mudanças e quais as opções

Quando abriu capital na Bolsa de Nova York (Nyse), em dezembro de 2021, o Nubank distribuiu um recibo de ação (BDR) listado na B3 a cada um de seus clientes. Agora, esses "pedacinhos" do banco estão passando por uma reestruturação, e os detentores precisam decidir o que fazer com os ativos. Entenda o que muda e as opções do que fazer até o fim do prazo, que se encerra nesta sexta-feira (11).

O que aconteceu?

O Nubank distribuiu o BDR como um incentivo aos clientes. Na sua estreia no mercado de capitais, a fintech comandada por David Vélez resolveu distribuir um BDR a cada um dos seus clientes. Foi um dos IPOs com a maior participação de pessoas físicas, com 7,5 milhões de clientes recebendo um BDR gratuito pelo programa NuSócios. Era uma forma de premiar os clientes e incluí-los no mundo dos investimentos. Outras 815 mil pessoas resolveram investir nos recibos de ações negociados na B3.

BDRs seguem a cotação das ações fora do país. Na prática, os BDRs listados na Bolsa brasileira "simulam" as ações do banco listadas no exterior. Assim, o investidor não precisa abrir uma conta em uma corretora estrangeira para comprar um papel do banco.

Agora programa de BDRs está passando por uma reestruturação na B3. Os BDRs do Nubank deixarão de ser BDRs de Nível III e se tornarão BDRs de Nível I Não Patrocinados. A mudança visa a "otimização de processos e custos". Segundo Larissa Quaresma, analista da casa de análises Empiricus Research, com a alteração a fintech não precisará mais divulgar seus reports seguindo as regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), bastando apenas o padrão da SEC (a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos), em inglês.

O que fazer com os BDRs?

Quem tem BDRs da instituição terá três opções. Ele pode trocar os papéis por ações na Bolsa americana, desde que possua pelo menos seis BDRs (uma ação na Nyse equivale a seis BDRs); converter os BDRs de nível III para Nível I ou vender o papel e receber o valor equivalente.

Período de definição começou em 13 de julho e vai até 11 de agosto. Vale tanto para quem recebeu o ativo por meio do programa NuSócios, como para quem investiu no BDR por escolha própria. Quem não selecionar nenhuma das opções entrará de forma automática na opção 3, ou seja, receberá o valor pela venda do BDR. O Bradesco segue sendo depositário. Banco é o atual depositário dos BDRs de Nível III e também será o depositário do programa de Nível I.

A companhia não tem a obrigação de traduzir essas divulgações em português. Então, é possível que o investidor precise analisar os documentos em inglês. Além disso, pode ser que a liquidez [disponibilidade do ativo para compra e venda] da nova BDR seja um pouco menor, já que há diversos fundos com restrições a comprar BDRs de Nível I.
Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research

Vale manter um 'pedacinho' do Nubank?

Empresa perdeu valor de mercado. Hoje, o Nubank é avaliado em US$ 37,18 bilhões, uma redução de 10,4% desde a abertura do IPO. No dia 28 de julho, suas ações na Bolsa de Nova York valiam US$ 7,90, e os BDRs custavam R$ 6,19, recuos de 12,2% e 25,95%, respectivamente. À época da abertura de capital, cada BDR valia R$ 8,36, enquanto as ações em Nova York estavam cotadas a US$ 9.

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Avalie o contexto dos juros e das empresas de tecnologia. O aumento dos juros no mundo e as condições econômicas instáveis prejudicaram o desempenho das empresas de tecnologia. Esse movimento ao longo dos últimos anos afetou, ainda, as companhias listadas nas Bolsas de Valores.

Parte dos especialistas recomenda manter os BDRs. Para o analista da Guide Investimentos, Eduardo Siqueira, a melhor opção é conservar os BDRs na carteira. "O banco vem entregando uma trajetória operacional bem forte e, embora na nossa avaliação tenha um valor de mercado mais arrojado [do que o ideal], dado os fundamentos, deve ser uma das ações entre os bancos com melhor tendência, contribuindo para o fluxo de valorização", diz. Larissa Quaresma, da Empiricus, recomenda manter os BDRs em carteira, "pois a melhora do cenário macroeconômico, além da própria melhora de resultados da fintech, pode ser gatilho para que o acionista continue recuperando o prejuízo desde o IPO", afirma.

Outra parte fala em converter os BDRs em ações nos EUA. É o que afirma Celso Pereira, diretor de investimentos da Nomad. Ele diz que as ações do Nubank no exterior contam com a isenção de Imposto de Renda no Brasil, que vale para vendas de até R$ 35 mil no mês. Os BDRs implicam despesas que os clientes não pagam quando detêm as ações diretamente no exterior, diz Pereira. Por exemplo, a empresa emissora do BDR retém aproximadamente 5% dos dividendos pagos ao investidor.

Perspectivas para as ações do Nubank

Lucro recorde no primeiro trimestre de 2023. O banco chegou ao melhor resultado da sua história, com um lucro de US$ 141,8 milhões. A empresa havia registrado prejuízo de US$ 45,1 milhões entre janeiro e março do ano passado.

Discussão sobre capacidade de geração de lucro do banco já é vencida. É o que diz Eduardo Siqueira, da Guide. Segundo ele, a dúvida agora é sobre alguns desafios, como a prateleira de produtos, o engajamento na alta renda (a instituição tem uma atenção especial com esse nicho desde o início de 2023) e controle de inadimplência.

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Fintech tem evolução notável. É a opinião de Larissa Quaresma, da Empiricus. Ela afirma que o Nubank começa a colher os frutos de esforços para aumento da rentabilidade, a exemplo da redução de custo de captação de novos clientes, da reprecificação dos empréstimos e da racionalização das despesas administrativas.

Gostamos da trajetória que estamos vendo para o banco, mas ainda somos resistentes ao valuation [valor de mercado]. Preferimos aguardar mais resultados positivos para entender melhor a curva de entrega do banco e estimar de forma mais assertiva onde está o real potencial da empresa.
Eduardo Siqueira, analista da Guide Investimentos

Acreditamos que os resultados devem continuar melhorando ao longo dos próximos trimestres. Entretanto, enxergamos um valuation [valor de mercado] muito premiado, tornando difícil encontrar algum upside [potencial de alta do ativo]. Por isso, temos uma visão neutra para as ações de Nubank: nem comprar, nem vender.
Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research

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