Petrobras cai na Bolsa depois de queda de quase 40% no lucro
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) estão em queda desde o início do pregão desta terça-feira (14) após a apresentação de resultados do primeiro trimestre da estatal de petróleo. Por volta do meio-dia, PETR3 caía 3,06%, para R$ 42,79, e PETR4 desvalorizava 2,35%, para R$ 40,64.
O que aconteceu
A Petrobras teve lucro líquido de R$ 23,7 bilhões entre janeiro e março deste ano. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a queda foi de 37,9%. Veja aqui os principais números do resultado da empresa.
Por que as ações estão caindo?
O mercado já esperava uma queda no lucro, mas foi maior que o esperado. O que pesou mais, segundo os analistas de mercado, foram mais paradas para manutenção, aumento dos custos e margens de produção de petróleo mais baixas. Outro motivo foi a alta do dólar, diz Paulo Luives especialista da Valor Investimentos.
A Petrobras também investiu US$ 3 bilhões no trimestre, um aumento de 22% na comparação anual. "Isso ilustra a inclinação do controlador em aumentar o tamanho da companhia", publicou Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama sobre a companhia. Em relação ao endividamento, a Petrobras terminou o trimestre com uma dívida líquida de R$ 218 bilhões, R$ 27 bilhões a mais que em janeiro, fevereiro e março do ano passado.
A parte boa é que a empresa continuou gerando caixa. A empresa gerou R$ 32 bilhões, acima do que os analistas esperavam.
E, além disso, anunciou distribuição de proventos na ordem de R$ 1,04 por ação, um dividend yield de 10% com base na cotação de fechamento de segunda-feira (13/05). "Isso faz dela uma das empresas com o maior dividend yield da Bolsa, isso sem contar os dividendos extraordinários que podem ainda ser distribuídos no futuro", diz Andre Fernandes, diretor de renda variável e sócio da A7 Capital.
O mercado acredita que ela deve anunciar ainda o pagamento de dividendos extraordinários. "Eles deixarão de ser equivalentes a 100% dos excedentes para a metade disso", diz Soares.
O que fazer com as ações?
Os ruídos políticos sobre a empresa já ficaram para trás. É o que diz Soares, da Órama. "Desde o relatório anterior, tivemos um fluxo de notícias negativas em relação a empresa, com rumores acerca da saída do atual presidente Jean Paul Prates (que não se confirmaram) e mais discussões acerca dos dividendos.
Mas, para ele, é melhor não comprar, nem vender. "Seguimos neutros no papel, mas fizemos uma revisão no preço alvo, tendo em vista refletir a perspectiva atual de pagamento de dividendos." Para a Órama, PETR4 pode chegar a R$ 44,50 em 12 meses.
É um pouco abaixo do preço alvo do Goldman Sachs. Para o banco americano, a ação pode subir 5% em relação ao preço de segunda-feira (13), de R$ 41,62, e chegar a R$ 43,90. Por isso, e por conta dos dividendos, o GS recomenda a compra.
O que atrai na ação da empresa são os pagamentos de dividendos. É o que diz Luives, da Valor Investimentos.
A baixa atual, segundo Fernandes, é temporária. As ações devem voltar a ganhar valor em breve. Um dos fatores que devem colaborar para isso é que a empresa já fez a maior parte das paradas de manutenção que precisava. Por isso, a produção deve melhorar.
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