Bolsonaro tem R$ 591 mil na poupança; veja quanto ele perde para a inflação

O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) tem mais de R$ 591 mil na poupança, segundo a declaração oficial de bens ao Tribunal Superior Eleitoral, entregue na terça-feira (9). Ele divulgou um patrimônio total de R$ 2.317.554,73, que inclui imóveis, dinheiro em contas correntes dentro do país, investimentos em poupança, entre outros.

Bolsonaro é o candidato à Presidência que deixa mais dinheiro na poupança. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também tem dinheiro aplicado nesse investimento, mas muito menos. Ainda que o dinheiro renda na caderneta, a inflação é ainda maior. Ou seja, o dinheiro deixado na poupança perde poder de compra. Veja abaixo quanto Bolsonaro e Lula perderam para a inflação se deixaram mesmo seu dinheiro na poupança neste ano.

Qual é o rendimento da poupança? Apesar de ser um dos investimentos preferidos dos brasileiros, a caderneta de poupança tem rendido menos do que a inflação. Segundo o Banco Central (BC), a poupança rendeu 4,27% entre 1º de janeiro e 10 agosto. Isso significa que, com R$ 1.000 investidos na poupança a partir do primeiro dia do ano, o investidor teria o retorno de R$ 1.042,70 se realizasse o saque do valor hoje.

Apesar de parecer que o dinheiro rendeu, é necessário descontar a inflação. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado no ano é de 4,77%. Ou seja, maior que o rendimento da poupança.

Quanto Bolsonaro perde ao deixar o dinheiro na poupança? Entre os candidatos à Presidência em 2022, Bolsonaro é o que mais investiu na caderneta de poupança, segundo as declarações de cada um. Considerando hipoteticamente que o presidente tenha depositado seus R$ 591.047,58 no dia 1º de janeiro de 2022, ele teria hoje R$ 616.287,26. A conta foi feita usando a Calculadora do Cidadão, do Banco Central, que mostra a variação do rendimento da poupança e da inflação.

Para que o valor original de R$ 591.047,58 não se desvalorizasse com a inflação, ele precisaria ser hoje de R$ 619.237,65. Ou seja, a perda real é de R$ 2.950,39.

Qual a perda de Lula? O ex-presidente Lula declarou um patrimônio de R$ 7,4 milhões ao TSE. Ele diz ter uma pequena fração de seu patrimônio, apenas R$ 4.719,22, depositada na caderneta de poupança.

Ao assumir que o valor foi depositado no início do ano, hoje ele teria R$ 4.920,75. Para não desvalorizar com a inflação, o valor precisaria ser de R$ 4.944,30. Ou seja, Lula perdeu R$ 23,55 se deixou o dinheiro na poupança.

Outros candidatos têm dinheiro na poupança?

Por enquanto, nove candidatos incluindo Lula e Bolsonaro declararam seu patrimônio no TSE. Terceiro colocado nas últimas pesquisas para as eleições de 2022, Ciro Gomes (PDT) tem R$ 3.039.761,97 em bens listados na Justiça Eleitoral. No total, o ex-ministro fez investimentos de R$ 155.972,06 em poupanças e outros créditos, e possui uma conta corrente dentro do país com R$ 2.471,69 depositados.

A senadora e candidata Simone Tebet (MDB) não possui nenhum dinheiro investido na poupança. A emedebista, no entanto, tem como bem declarado um depósito bancário em conta corrente superior a R$ 59.225,08. Ela declarou um patrimônio de R$ 2.323.735,38 à Justiça Eleitoral.

Quem ostenta o maior patrimônio entre os candidatos pela corrida ao Palácio do Planalto é Felipe D'Avila (Novo). O cientista político tem R$ 24.619.627,66 em bens, mas não possui valores investidos em poupança nem em depósitos em conta corrente. Parte considerável de seu patrimônio está em quotas ou quinhões de capital, o que equivale à participação em D'Avila em empresas, segundo a declaração ao TSE.

Conforme os dados declarados ao TSE, Pablo Marçal (Pros) tem quatro contas correntes em seu perfil bancário que, ao todo, guardam mais de R$ 344.104,10. Vera Lúcia (PSTU) declarou R$ 8.000 de investimentos na caderneta de poupança, enquanto Sofia Manzano (PCB) listou R$ 4.000 na caderneta. Léo Péricles listou como único patrimônio ao TSE uma conta na poupança com R$ 197,31, o menor investimento entre os candidatos.