Ações que custam menos de R$ 10: o que vale a pena para investir?

Vale a pena comprar ações que custam menos de R$ 10? Depende da empresa. Para investir, é sempre bom verificar como a empresa está se saindo e quais os desafios do setor dela, aconselha Marcio Loréga, analista-chefe do PagBank.

Nem todas são um bom investimento. Muitas dessas empresas representam um risco maior para investir, como IRB Brasil (IRBR3), Cogna (COGN3) e Via (VIIA3), segundo Loréga. Além de enfrentar questões internas, como é o caso da resseguradora IRB Brasil (nos cinco primeiros meses deste ano, o IRB teve prejuízo de R$ 285,3 milhões contra um lucro R$ 9,4 milhões no mesmo período de 2021), a situação da economia penaliza muito essas companhias.

Quais ações podem render mais? Para o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, CSN Mineração, JHSF, Copel, Usiminas, Itaúsa, BR Malls e Gerdau Metalúrgica têm boas chances de valorização. Veja como estão cada uma delas:

CSN Mineração

O JP Morgan acredita que em 12 meses a ação pode chegar a R$ 5,50 - valorização de quase 52%. A empresa depende da disposição das economias globais de investir em infraestrutura, setor que não anda muito animado. Mas pode haver uma recuperação em 2023.

JHSF

A casa de análises Eleven recomenda compra do ativo da construtora, com preço alvo de R$ 10, um ganho de quase 40%. Além do foco em construção, principalmente de shopping centers, a JHSF também atua na administração de restaurantes e hotéis e em aviação executiva. "Com estas quatro frentes de atuação, busca atender um público de alta renda", diz a Eleven. Como esse público é mais resistente à crises, esse é um bom diferencial, diz a casa de análises.

Copel

A Mirae Asset recomenda compra do papel da companhia elétrica, com preço alvo de R$ 8. "A Copel tem uma agenda consistente de redução de custos e está fazendo diminuição planejada de pessoal, ao mesmo tempo adequando e preparando o quadro para as oportunidades de crescimento no setor elétrico", avaliou a empresa, em documento para acionistas.

Usiminas

A siderúrgica tem recomendação de compra pela Eleven, com preço alvo de R$ 20,50 para os próximos 12 meses, o que daria um retorno de quase 140%. A Usiminas teve alguns percalços: aprovou investimento no valor de R$ 1,1 bilhão para reparos emergenciais em uma usina de carvão. Isso fez o preço da ação cair. Mas no longo prazo, pode ser positivo, já que a produção pode aumentar.

Itaúsa

O Goldman Sachs aposta na compra da ação do braço de participações em empresas do banco Itaú. O preço alvo é de R$ 11. A holding detém cerca de 37% do capital social do Itaú, que é o responsável pela maior parte dos lucros da Itaúsa. Mas a empresa disse que iria parar de investir em novas empresas nos próximos anos, além de cortar os dividendos pagos. Mesmo assim, é uma oportunidade, diz a instituição. "Acreditamos que a ação está com um bom desconto e a empresa pode ganhar com o investimento em empresas que combinam crescimento e valor", analisou o GS, em documento para investidores.

BR Malls

"Nós gostamos dos shoppings como opções de investimentos", diz Guilherme Rebouças, da assessoria de investimentos OBB Capital. O JP Morgan recomenda compra, com preço alvo projetado em R$ 12,50 para 12 meses, alta de 49,5%. Em junho, a Aliansce Sonae e a BR Malls confirmaram que seus acionistas aprovaram a fusão entre as duas companhias, um negócio que nasce avaliado em R$ 12 bilhões e conta com 69 shoppings. Há boas chances de crescimento e ganhos em conjunto.

Gerdau Metalúrgica

A XP tem recomendação de compra com preço alvo de R$ 15,10 para o final de 2022, alta de mais de 51%. "Seguimos otimistas com a ação devido ao significativo potencial de valorização da Gerdau", publicou a XP em documento para acionistas. Para o banco, a empresa - como qualquer outra na América Latina e que lide com aço - está sujeita aos riscos da flutuação do câmbio, já que seus produtos são principalmente exportados.

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